Comerciantes indianos de carne planejam levar governo à Justiça por novas regras
NOVA DÉLHI (Reuters) - Comerciantes indianos de carne planejam levar o governo à Justiça por novas regras que proíbem a comercialização de gado, incluindo búfalos, para abate, chamando-as de uma medida do governo do primeiro-ministro Narendra Modi para prejudicar o setor, dominado principalmente por muçulmanos.
O Ministério do Meio-Ambiente disse nesta semana que os mercados animais só poderão vender gado para propósitos agrícolas, o maior abalo até o momento para fornecedores que já sofreram diversas adversidades sob o governo hindu nacionalista de Modi.
O abate de vacas, consideradas sagradas no hinduísmo, é proibido na maioria dos Estados indianos e leis sobre o tema têm tornado-se mais rigorosas ao longo dos últimos anos. Muçulmanos, que representam 14 por cento da população de 1,3 bilhão de pessoas da Índia, dominam a indústria de carnes indiana.
A Índia é a maior exportadora de carne de búfalo do mundo, com vendas de mais de 4 bilhões de dólares por ano para países como Vietnã, Malásia e Egito.
Mas isso pode mudar após a notificação do governo de 23 de maio relativo a mudanças no Ato de Prevenção à Crueldade Animal, publicado na sexta-feira, que exige que proprietários declarem que o gado não foi levado ao mercado para ser vendido para abate e que comitês de mercado verifiquem que o comprador é um agricultor.
"O negócio está morto", disse Aqil Qureshi, presidente de uma associação de comercializadores de búfalo que controla um abatedouro no subúrbio de Délhi e vende peles para companhias de couro. "Nós iremos buscar ajuda legal, vamos às ruas. Quem não luta por seu sustento?."
(Por Krishna N. Das)
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