Expectativas positivas para o boi gordo nas próximas semanas; Frango e suíno estáveis
Boi Gordo: Preços firmes para arroba e expectativa em relação ao mercado atacadista com a entrada do mês
Por Isabella Camargo, zootecnista da Scot Consultoria
Apesar da tentativa de pagamentos abaixo da referência, os preços estão firmes na maioria das praças pesquisadas pela Scot Consultoria.
Em São Paulo, a referência está estável, mas são observadas tentativas de pagamentos até R$2,00/@ abaixo da mesma. Neste patamar de preços os negócios acontecem de forma lenta ou não acontecem.
No estado, as escalas de abate atendem de cinco a seis dias, em média, tendo casos de até dez dias de programação devido a negócios a termo, o que permite a pressão baixista ou a saída das compras por algumas empresas, na espera de uma melhor definição do mercado.
No Paraná, Redenção-PA, Norte do Tocantins e Espírito Santo a dificuldade de compra de boiadas terminadas resultou em valorização na arroba do boi gordo.
No mercado atacadista de carne com osso, o boi casado de animais castrados está cotado em R$9,49/kg. Alta de 1,8% em sete dias.
Por outro lado, a arroba do boi gordo apresentou queda de 0,7% o que levou a melhoria na margem de comercialização dos frigoríficos que não fazem a desossa, tendo atingido 15,9%, alta de 2,9 pontos percentuais no período.
Para a próxima semana, fica a expectativa quanto ao comportamento do mercado atacadista com a entrada do mês.
Suíno Vivo: Com demanda retraída, mercado registra mais uma semana de preços estáveis
Por Sandy Quintans
Nesta sexta-feira (28), as cotações para o suíno vivo encerraram estáveis nas principais praças de comercialização. Em toda a semana, nenhuma mudança de preços foi registrada, devido ao consumo retraído no cenário doméstico. Por outro lado, as exportações registram desempenho positivo em outubro.
Em todo o mês, o mercado de suínos registrou fraqueza. Segundo explica o analista da Safras & Mercado, Allan Maia, a demanda retraída foi o principal fator que contribuiu pra esse cenário, dificultando o repasse de preços ao consumidor final. “Por outro lado, os frigoríficos buscaram controlar seus estoques, adotando uma estratégia de menor procura por suínos vivos, o que contribuiu para reajustes no atacado”, destaca.
O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) também aponta para dificuldade de repasse, devido a baixa procura pela proteína. “Mesmo com a oferta de animais para abate reduzido, a demanda interna enfraquecida não tem dado espaço para aumentos nos valores, ainda mais no período de final de mês”, explicam os pesquisadores.
Com isso, o setor já espera encerrar 2016 com saldo negativo, visto que não houve reação no mercado doméstico no período em que historicamente costumam ser registrada evolução nos preços com as festas de final de ano. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da APCS (Associação Paulista de Criadores de Suínos), Valdomiro Ferreira, explica que a situação é preocupante, em que não há expectativa de mudanças de cenário.
"Precisaríamos percorrer aproximadamente seis meses com rentabilidade superior a 12% para zerar o prejuízo acumulado em 2016", conta Ferreira. Atualmente, os preços praticados em São Paulo – entre R$ 77 a R$ 79/@ – estão abaixo dos custos de produção do estado, que está em média R$ 83/@. Com isso, Valdomiro explica que em apenas três semanas do ano houve remuneração aos suinocultores em 2016.
Em Santa Catarina, o presidente da ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi, aponta que na região os negócios são realizados abaixo da referência. Além de relatos de suinocultores deixando o mercado por falta de remuneração e dificuldades para renegociação de dívidas. “Esperamos que com a virada do mês e com a proximidade do Natal a gente possa ter mais consumo no mercado interno e que possamos diminuir os prejuízos de 2016”, projeta.
Preços
Diante desse cenário, o levantamento semanal de preços realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que nenhuma mudança foi registrada na semana. Os negócios em São Paulo estão ocorrendo entre R$ 77 a R$ 79 pela arroba suína – valor equivalente a R$ 4,11 a R$ 4,21 pelo quilo do vivo. Já em Santa Catarina, a cotação é de R$ 3,90/kg.
No Rio Grande do Sul, a referência é de R$ 3,92/kg, segundo a pesquisa semanal realizada pela ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul). No Paraná, a média das cotações está em R$ 3,80/kg, enquanto que Minas Gerais sustenta a referência de R$ 4,20/kg.
Exportações
Já as exportações de carne suína in natura seguem apresentando resultados positivos em outubro, segundo dados divulgados na segunda-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Em 14 dias úteis, foram exportados 40,3 mil toneladas, com média diária de 2,9 mil toneladas. Em receita, os dados apontam para US$ 102,0 milhões, com valor por tonelada em US$ 2.529,6.
Para Allan Maia, o desempenho das vendas externas deve encerrar positivo em outubro. “A expectativa é de que os embarques em outubro para a carne suína in natura e industrializada alcancem 65 mil toneladas, acima dos volumes registrados no mesmo período do ano passado”, explica.
Frango Vivo: Mercado encerra mais uma semana com preços firmes; Exportações seguem lentas
Por Sandy Quintans
O mercado de frango vivo registrou mais uma semana de estabilidade nas principais praças de comercialização. Durante todo outubro e também em setembro, as cotações ficaram estáveis nas granjas, mesmo apresentando dados positivos no atacado. Além disto, o resultado das exportações pode encerrar o mês abaixo do esperado, elevando a oferta no cenário doméstico.
O levantamento de preços realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, mostra que não houve mudanças de preços nesta semana. Com isto, os negócios em São Paulo seguem em R$ 3,10/kg e em Minas Gerais a R$ 3,30/kg. Já em Santa Catarina e Paraná estão com referência média de R$ 2,95/kg e Rio Grande do Sul em R$ 3,00/kg.
Já o boletim do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) desta semana aponta que houve retração nos preços para a carne de frango nesta última semana. “Entre 20 e 27 de outubro, o frango inteiro congelado se desvalorizou 3,6%, negociado na média de R$ 4,51/kg na Grande São Paulo nessa quinta-feira, 27”, reporta.
Apesar disso, o Centro explica que os atuais patamares de preços ainda estão acima aos praticados no mesmo período de 2015, tanto nas granjas quanto para o abatido, favorecendo o cenário avícola. “Além disso, os valores do milho têm se enfraquecido nos últimos meses, beneficiando criadores de frango”, explicam os pesquisadores.
Iglesias também explica que apesar das exportações ruins, a demanda no mercado interno é considerada boa, principalmente com a retração da procura para a carne bovina e a suína. “O consumo até foi bom, mas a percepção é que a oferta também foi ampliada, impossibilitando as tentativas de reajustes mais expressivos nas cotações”, afirma.
Informações reportadas pelo Avisite apontam que dados USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimam que 30% da produção nacional é destinada para a exportação, o que torna o desempenho externo imprescindível para a manutenção de preços. “As exportações seguem essenciais na formação dos preços internos, uma vez que quanto maior o volume embarcado, menor a disponibilidade interna”, aponta Iglesias.
Exportações
Na segunda-feira, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou dados parciais de embarques de carne de frango in natura, que voltou a registrar recuo em outubro. Em 3 semanas, as exportações chegam em 191,1 mil toneladas.
Com média diária de 13,6 mil toneladas há um recuo de 18,9% ao desempenho por dia de setembro e baixa de 3,9 % na comparação ao mesmo período de 2015. Já em receita, os embarques somam US$ 295,0 milhões, com valor por tonelada em US$ 1.543,9.
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