Carnes: Boi gordo tem pressão de baixa limitada, enquanto frango e suínos atuam com estabilidade
Análise desta terça-feira (10)
Boi Gordo: Oferta limitada e resistência dos pecuaristas em vender limitam a pressão de baixa
Isabella Camargo
Zootecnista
Scot Consultoria
Na maior parte das regiões, as ofertas de compra abaixo das referências são comuns.
Mesmo assim, este fato não resulta em fortes quedas das cotações. Há resistência dos pecuaristas em entregar a boiada em preços menores.
Além disso, a oferta limitada, mesmo com a melhora das últimas semanas, limita a pressão de baixa.
No balanço do fechamento do mercado do boi gordo, houve queda em quatro praças pecuárias e alta em quatro.
No mercado atacadista de carne com osso, o escoamento continua lento. Novas quedas não estão descartadas com a proximidade da segunda quinzena do mês, quando diminui o poder de compra do consumidor.
Assim, a margem das indústrias segue pressionada. Para as unidades que fazem a desossa, a margem de comercialização está em 15,7%, quase cinco pontos percentuais abaixo da média histórica.
Já o equivalente Scot Carcaça está em 8,8%, sem agregar os demais custos, como energia elétrica e mão-de-obra, por exemplo.
Suínos: Consumo aumenta no dias das mães, impulsiona consumo e puxa preços em SP; em MG, impacto é limitado
Por Carla Mendes, no Notícias Agrícolas
A terça-feira (10) foi de estabilidade para os preços do suínos na maior parte dos estados produtores. As cotações ainda se mantêm variando entre R$ 2,90 e R$ 4,20 por quilo do animal vivo.
Em São Paulo, as cotações são favorecidas, no entanto, pela boa demanda que pôde ser registrada no final de semana, com o ganho de R$ 1,00 nas principais referências, as quais passaram a atuar entre R$ 58,00 e R$ 59,00 por arroba, ou R$ 3,09 a R$ 3,15 por quilo. O consumo maior reduziu, mesmo que ligeiramente a oferta e puxou os valores.
Para o presidente da APCS (Associação Paulista dos Criadores de Suínos), Valdomiro Ferreira, esse foi um reflexo do Dia das Mães e, por isso, poderia ter um impacto limitado. “Com o consumo observamos uma redução na oferta, entretanto ainda não possibilita impulsar novos reajustes”, disse. "“O mercado deve continuar imprevisto, pedimos aos criadores cautela”, completa.
E a cautela é inspira ainda pela alta que segue nos custos de produção, especialmente por conta dos elevados preços do milho no mercado nacional. Na última sexta-feira (6), o indicador ESALQ/BM&FBovespa, base Campinas, bateu um novo recorde e fechou com R$ 50,01. Onde a oferta é mais escassa e a disputa é mais acirrada pelo grão, o valor já chega a R$ 52,00 por saca.
Em contrapartida, em Minas Gerais, esse melhor momento das vendas, também por conta do dia das mães, não teve grande impacto sobre as cotações do suíno no estado. “O mercado reagiu bem em termos de demanda na semana passada. Em volumes também, fechando em 7,73% a mais. Mas não foi o suficiente para a reação dos preços”, resumiu o presidente da ASEMG (Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais), Antônio Ferraz. Dessa forma, segue mantido o valor de R$ 3,25 o quilo do suíno vivo como referência.
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Frango: Mercado tem dia de estabilidade, mas mantém viés altista com demanda aquecida de início de mês e custos elevados
Por Jhonatas Simião, no Notícias Agrícolas
Os preços do frango vivo fecharam estáveis nas praças de comercialização verificadas pelo Notícias Agrícolas nesta terça-feira (10). No entanto, o viés permanece altista para o mercado com a demanda aquecida, típica de início de mês, e com os preços do milho – um dos principais grãos utilizados para a alimentação do animal – disparando no Brasil.
O estado de Minas Gerais segue com a cotação mais alta do frango vivo, com preço próximo de R$ 3, a R$ 2,95/kg. Em São Paulo, a cotação do animal está em R$ 2,68/kg, seguida do Paraná que registra R$ 2,56/kg e de Santa Catarina, que tem o menor valor, R$ 2,46/kg.
Apesar do fechamento estável nesta terça, o mercado do frango vivo permanece influenciado por fatores altistas. Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), além de ser início de mês, quando a demanda doméstica costuma aumentar, a carne de frango está competitiva frente às suas substitutas (bovina e suína).
Além disso, o preço do milho, um dos principais grãos que compõe a alimentação do frango segue alto no Brasil. Com isso, os custos de produção do avicultor têm ficado altos, reduzindo margens de lucro do setor. Na sexta-feira (6), a cotação do cereal atingiu o maior patamar nominal já registrado desde 2004 pelo Cepea, a R$ 50,01 a saca de 60 kg.
As exportações de frango in natura foram menores na primeira semana de maio em relação a março e abril, levando em conta apenas a média diária. No entanto, segundo analistas, esses números não devem apresentar à frente um retrocesso significativo, uma vez que maio corrente tem um dia útil a mais. No mês passado, os embarques foram, em média, 18,93 mil toneladas dia contra os 16,32 mil t/dia – uma queda de 14%.
Em todo o mês de abril, as exportações do animal totalizaram 378,67 mil toneladas, com uma alta de 2,7% em relação à março e 25,7% mais alta que abril de 2015. A quantidade embarcada no primeiro quadrimestre do ano é a maior desde 2003, início da série histórica da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
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