Boi gordo e frango vivo com pouca movimentação nos preços; Suíno registra alta em MG e GO
Boi Gordo: Mercado com poucos negócios, mas sem pressão de baixa
Por Alex Santos Lopes da Silva, zootecnista da Scot Consultoria
Mercado “brigado”.
Em São Paulo, as grandes indústrias já estão com escalas completas até o final do mês, resultado das compras a termo, parcerias e boiadas próprias.
Isso reduz a pressão de compra no mercado paulista e nos estados vizinhas onde também atuam.
Ainda assim, as cotações do boi gordo seguem firmes. A pressão de alta diminuiu, mas mesmo com escalas mais confortáveis, não há um movimento baixista significativo no mercado.
Nem o escoamento lento em pleno começo do mês, mesmo após pagamento de décimo terceiro salário, conseguiu inverter a tendência de mercado firme.
Existem ainda indústrias menores ofertando preços acima da referência. No Sul de Goiás, por exemplo, têm ocorrido negócios por R$2,00/@ acima da referência.
A saída de animais de cocho facilitou as compras nos últimos dias, principalmente no Centro-Sul do país. Porém, as boiadas de safra ainda não abastecem o mercado em grande volume, já que as chuvas em novembro foram muito irregulares ficando, inclusive, abaixo do esperado em grande parte do Brasil Central.
No mercado atacadista de carne bovina, preços estáveis.
Frango Vivo: Semana encerra com preços praticamente estáveis, enquanto embarques chegam a número recorde
Por Sandy Quintans
Nesta sexta-feira (04), as cotações para o frango vivo encerraram estáveis nas principais praças de comercialização. Apesar da firmeza do mercado nos últimos dias, a semana termina positiva, com os embarques que encerraram novembro com resultado recorde - o que deve favorecer o mercado interno.
O levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que apenas uma praça teve alta de preços dentre as pesquisadas. Em Cascavel (PR), as cotações subiram 15,79%, com negócios a R$ 2,42/kg. Além disto, em Santa Catarina os preços médios tiveram acréscimo de 3,83%, com a referência em R$ 2,17/kg. No Paraná, o cenário também foi de alta, em que a média teve aumento de 0,38% e negócios a R$ 2,64/kg.
Em Minas Gerais, os preços estão estáveis há mais de um mês, com negócios a R$ 3,35/kg. Apesar disto, a cotação do estado é a maior dentre as principais regiões. Já em São Paulo, o cenário também é de estabilidade, com referência a R$ 3,10/kg. Segundo a Scot Consultoria, os atuais patamares de preços são 26,5% maiores que em dezembro do ano passado, o que resultou em uma melhora na relação de troca dos avicultores. Na praça paulista é possível comprar 5,72 quilos de milho com um quilo de frango na granja.
De acordo com informações do Cepea, os preços não apresentaram reações significativas, porque a comercialização está aquém do esperado para o período do mês. “Apesar da proximidade do período de festas, o volume comercializado no mercado interno continua abaixo das expectativas”, apontam os pesquisadores.
Exportações
Por outro lado, o desempenho das exportações deve contribuir para o cenário doméstico, segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em volume os embarques chegam a 343,6 mil toneladas, com média diária de 17,2 mil toneladas.
Os dados representam uma recuperação em relação a outubro, quando foi registrado 297,6 mil toneladas. Em comparação com novembro de 2014 subiu 15,5 %. Em receita, a soma é de US$ 513,7 milhões, com o valor por tonelada em US$ 1.494,8. Em relação ao mês anterior, houve um acréscimo de 19,2%.
O bom desempenho do mês se deve ao fim da greve dos caminhoneiros e a liberação de cargas no Porto de Itajaí (SC), que apresentava dificuldades de escoar a produção devido ao volume de chuvas, de acordo com informações da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). “Em praticamente todos os mercados houve elevações nos níveis dos embarques em novembro, confirmando que os entraves gerados pela paralisação do Porto de Itajaí, na primeira quinzena de outubro, foram as causas da retração registrada naquele mês”, analisa o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra.
Influenza Aviária
Segundo projeções do Rabobank divulgadas nesta semana, o Brasil é o país que possui o maior potencial de atender a demanda pela carne de frango, após os focos de gripe aviária nos Estados Unidos e Europa. Apesar disto, os analistas acreditam que o volume embarcado pelo país está abaixo do esperado e que no próximo ano deve ter maior concorrência.
"O Brasil é de longe o país melhor posicionado para se beneficiar das restrições globais relacionadas a influenza aviária sobre o comércio dos concorrentes", aponta o Rabobank.
Suíno Vivo: Preços contrariam expectativa de mercado e apenas MG e GO registram alta na semana
Por Sandy Quintans
Nesta sexta-feira (04), os preços para o suíno vivo voltaram a registrar estabilidade. Apesar do bom desempenho nas exportações – que atingiu maior volume do ano -, no cenário doméstico a comercialização segue lenta para o período do ano. Além disto, poucas praças registraram mudanças de preços.
Em Santa Catarina, a bolsa de suínos voltou a definir referência estável para a praça, que segue negociando a R$ 3,70/kg. Segundo o presidente da ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi, a estabilidade é motivo de preocupação para o setor, que apostava em alta de preços para as festas de final de ano.
No estado de São Paulo, o cenário também foi de estabilidade de preços. No início da semana, a bolsa de suínos de São Paulo definiu referência entre R$ 82 a R$ 83/@, o mesmo que R$ 4,37 a R$ 4,43/Kg. Já em Rio Grande do Sul, a ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) divulgou sua pesquisa semanal, que definiu preço médio em R$ 3,89/kg, assim como na referência anterior. A saca de milho teve aumento e o valor médio ficou em R$ 33,40, enquanto a tonelada do farelo de soja teve recuo, negociado a R$ R$ 1.262,50.
De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, apenas Minas Gerais e Goiás registraram alta nesta semana – de 4,88%. Segundo informações da ASEMG (Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais), apesar do acréscimo, há a dificuldade de repassar os preços ao consumidor final. Por outro lado, suinocultores esperam que com o recebimento dos salários, a entrada de décimo terceiro, proximidade com as festividades de final de ano e os baixos estoques dos frigoríficos para este período, novas altas possam registradas.
Já em Mato Grosso, o cenário é de baixa de preços, em que as cotações cederam 3,56% na semana. Com isso, a referência de negócios no estado passam de R$ 3,37/kg para R$ 3,25/kg. Veja no gráfico:
Segundo o analista da Safras & Mercado, Allan Maia, no decorrer da semana os negócios ficaram lentos em grande parte das regiões, apesar da expectativa de alta de preços com o recebimentos dos salários e décimo terceiro. “A população segue contendo gastos, por conta da crise, e restringindo a demanda por carnes em geral. Isso ocorreu com o frango e também com o suíno nesta semana”, disse.
De acordo com o boletim do Cepea, em novembro os preços para o vivo chegaram a cair 26,4% em São Paulo, em comparação com o mesmo período de 2014. Além disto, as cotações também cederam no comparativo com outubro deste ano, cerca de 6,9%. “Nem mesmo a reação das exportações em novembro foi suficiente para impedir as quedas nos preços domésticos”, analisa os pesquisadores.
Exportações
No início da semana, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou os embarques de carne suína in natura do mês de novembro, que encerrou com números recordes. Em volume, as exportações atingiram 55,3 mil toneladas, com média diária de 2,8 mil toneladas. Em comparação com outubro, houve um aumento de 31,8%, enquanto que com novembro de 2014 subiu 50,5%.Em receita, o acumulado chegou a US$ 122 milhões, com o valor por tonelada a US$ 2.207,4. O resultado é 18,4% maior que outubro deste ano.
De acordo com a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), os embarques não mantiveram o ritmo registrado na metade do ano por problemas internos, que prejudicaram o escoamento da produção. “Em novembro, além da recuperação dos embarques do mês anterior, vimos a Rússia alavancar suas importações, como tradicionalmente faz nesta época do ano, frente ao congelamento de diversos de seus portos”, explica Rui Eduardo Saldanha Vargas, vice-presidente de suínos da ABPA.
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