Mercado do boi gordo perde a firmeza, mas preços do frango e suíno vivo reagem na última semana
Boi Gordo: Oferta reduzida deve segurar as cotações no curto prazo, mas consumo lento de carne começa a dar sinais de pressão
Por Maisa Módolo, engenheira agrônoma da Scot Consultoria
Diminuiu a pressão de compra das indústrias nesta sexta-feira.
As escalas de abate de algumas indústrias estão se alongando, o que dá possibilidade de os frigoríficos realizarem as compras aos poucos.
Com o consumo lento dos últimos dias, aumentou o volume de carne no mercado, fazendo com que houvesse recuo nos preços da carne com osso.
Este cenário vem influenciando nas cotações da arroba do boi gordo. Hoje houve queda de preços em sete regiões, das trinta e uma pesquisadas.
As compras de animais a preços menores são realizadas em menor volume e há dificuldade de compra nessas condições. A oferta não está abundante em boa parte das regiões e há resistência do pecuarista as queda de preços.
Em algumas praças o mercado está pressionado para cima. Hoje houve alta do preço de referência em três praças pecuárias.
A expectativa é de que a oferta reduzida limite as reduções de preços em curto prazo.
Frango Vivo: Semana encerra com preços praticamente estáveis, apesar de demanda aquecida
Por Sandy Quintans
Nesta sexta-feira (27), as cotações para o frango vivo encerram estáveis nas principais praças de comercialização. Nesta semana, grande parte das regiões não tiveram movimentações de preços, depois de iniciar o mês com constantes altas. Apesar disto, a proteína se aproxima do final de novembro com cenário positivo no cenário interno e também nos embarques.
Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o mercado registrou uma semana com procura aquecida. “Houve uma recuperação da demanda interna e externa no mês e isso pode contribuir para novos reajustes de preço do quilo vivo no curto prazo, levando em conta o recebimento do décimo terceiro salário pela população”, destaca.
De acordo com o Cepea, o frango foi a carne que mais obteve valorizações no mês, o que fez com que reduzisse a competitividade frente às outras proteínas. “Cálculos do Cepea indicam que a cotação do frango inteiro resfriado, que representava 48,6% do valor da carcaça comum suína em novembro de 2014, atualmente está custando 65%. Em termos reais (deflacionados pelo IPCA de out/15), a diferença entre as duas proteínas caiu de 4,29 reais para 2,23 reais”, aponta os pesquisadores..
O levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que a semana foi de estabilidade em praticamente todas as praças. Apenas em Cascavel (PR) houve uma desvalorização de 12,92% e o vivo é negociado R$ 2,09/kg. Já em Sul Catarinense (SC), a semana foi de alta em que o quilo ficou em R$ 2,12, após o aumento de 2,42% nas cotações.
Com isso, Minas Gerais segue como a região com a maior cotação praticada, com o vivo valendo R$ 3,35/kg. Já em São Paulo, há 14 dias os preços estão estáveis em R$ 3,10/kg. De acordo com a Scot Consultoria, a cotação no estado paulista é 14,8% maior que os mesmos valores praticados no mesmo período de 2014.
Gripe Aviária
Nesta semana foram divulgados informações de novos casos de influenza aviária, desta vez na França e em Hong Kong. No país asiático, o registro foi pontual e, segundo informações do Ministério da Agricultura da região, nenhuma disseminação da doença foi vista. Já na França, o caso foi o primeiro desde 2007 e um plano de emergência para intervenção nacional deve ser ativado para conter o problema.
Na primeira quinzena do ano, diversos casos foram registrados, principalmente nos Estados Unidos. Segundo informações divulgadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) até julho as exportações de carne de frango tiveram recuo de 10,44% no país.
Exportações
No Brasil, os embarques continuaram registrando desempenho positivo. Dados parciais de embarques divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), mostram que até a terceira semana de novembro – um total de 14 dias úteis – foi exportado 246,2 mil toneladas de carne de frango in natura. A média diária é de 17,6 mil toneladas, maior em 23,8% ao resultado de outubro e superior em 18,8% a novembro de 2014.
Em receita, a soma chega em US$ 366,2 milhões, com a tonelada valendo US$ 1.487,7.
Suíno Vivo: Após semanas de desvalorização, preços reagem e semana encerra positiva
Por Sandy Quintans
Nesta sexta-feira (27), as cotações para o suíno vivo encerraram estáveis, após uma semana de valorização em algumas praças de comercialização. Apesar disto, os atuais patamares de preços estão bem abaixo aos do ano passado, segundo aponta o Cepea. Por outro lado, as exportações estão dando suporte ao mercado e deve ocorrer um aquecimento da demanda com a virada do mês.
Além dos preços estarem em patamares abaixo aos do ano passado, os custos de produção ainda tiveram alta considerável, reduzindo o poder de compra dos suinocultores. Apesar disto - segundo o analista do Cepea, Augusto Maia - os produtores ainda estão com remuneração.
De acordo com a Scot Consultoria, além dos preços mais baixos, a demanda no mercado interno está desaquecida, principalmente pela segunda quinzena de novembro. “O final do mês refletiu negativamente sobre as vendas, que estão fracas. Os compradores se abastecem somente com o necessário, a fim de não acumularem estoque’, aponta a consultoria.
Já o analista da Safras & Mercado, Allan Maia, aponta que apesar da procura mais acomodada por carne suína nesta semana, a expectativa dos frigoríficos é de que os estoques disponíveis possam ser absorvidos pelo mercado na virada de mês. “É possível que o repique de demanda volte a contribuir para a melhora do preço”, explica.
Preços
O levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que Mato Grosso foi a região com maior alta registrada na semana, de 3,06%, com referência a R$ 3,37/kg. No Paraná, a valorização foi de 2,40%, em que o vivo passa a valer R$ 4,26/kg na praça.
Em Rio Grande do Sul, os preços médios pagos aos suinocultores independentes teve alta de 0,58%, levando a referência da semana para R$ 3,89/kg. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul), Valdecir Folador, explica que as exportações deram suporte para a leve recuperação de preços. O presidente também acredita que os preparativos para as festas de final de ano devem dar mais fôlego ao mercado e resultar em novas altas.
No estado de Santa Catarina, o cenário foi de estabilidade, em que a bolsa de suínos optou pela manutenção de preços em R$ 3,70/kg. O presidente da ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi, explica que os custos de produção é umas das maiores preocupações para o momento, mas acredita que as altas registradas em algumas praças possam alavancar os preços no estado.
Em São Paulo, a bolsa de suínos manteve a arroba suína entre R$ 81 a R$ 83/@ - equivalente a R$ 4,32 e R$ 4,43/Kg. A APCS (Associação Paulista de Criadores de Suínos) divulgou compras em que Brotas (SP) com a comercialização de 120 suínos a R$ 82/@, enquanto em Itu (SP) foram 162 animais.
Em Minas Gerais, a referência apresentou uma baixa em relação ao preço praticado na última semana, que passou de R$ 4,50/kg para R$ 4,10/kg. Apesar da desvalorização, o resultado é positivo, visto que na última semana a referência era simbólica por uma falta de acordo entre suinocultores e frigoríficos. Informações da ASEMG (Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais) aponta que grande parte dos negócios da última semana foram fechados a R$ 4,00/kg.
Exportações
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou números parciais de embarques de carne suína in natura - para até a 3ª semana de novembro -, que continuam registrando bom desempenho. A expectativa é que as vendas externas encerrem o mês com volume recorde.
Em volume, as exportações chegam a 44,7 mil toneladas, com média diária de 3,2 mil toneladas. O resultado é superior em 52,5 % a média de embarques de outubro, enquanto em comparação com dados de novembro do ano passado, a alta é de 74,1%. Em receita, a soma é de US$ 101,4 milhões.
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