Hedgepoint Global Markets atualiza safra brasileira de Café 2025/26
As estimativas da Hedgepoint Global Markets apontam para uma produção total de 63,8 M de sacas no próximo ciclo, 0,6% superior às estimativas de 24/25, com um aumento do volume esperado para o Conilon, mas uma redução nos números do Arábica.
“Enquanto em nossa estimativa de fevereiro esperávamos 42,6 M scs de Arábica, reduzimos esse volume para 39,6 M scs, produção 8,4% inferior à temporada 24/25. A redução foi reflexo do baixo nível de chuvas durante o desenvolvimento da nova safra”, explica Laleska Moda, Analista de Inteligência de Mercado da Hedgepoint Global Markets.
“Apesar dos bons volumes entre outubro e dezembro de 2024, o clima no restante do ano passado, sobretudo no período das floradas, foi marcado por chuvas abaixo da média, além de temperaturas elevadas em alguns meses, o que acabou prejudicamento o desenvolvimento da temporada 25/26”, completa.
Em 2025, as precipitações também permaneceram abaixo da média, com o volume acumulado do ano em níveis mínimos. Por outro lado, acredita-se que o efeito da baixa umidade no começo deste ano possa não ter impactos tão significativos no rendimento na maior parte das lavouras.
Inicialmente, também havia maiores preocupações do efeito do clima em 26/27, porém, as chuvas de abril auxiliaram na condição das lavouras trazendo melhores expectativas para a próxima temporada.
Regionalmente, o Cerrado teve precipitações em linha com a média histórica, porém, Sul de Minas, Zona da Mata mineira e o estado de São Paulo como um todo presenciaram chuvas abaixo da média de 10 anos, tanto em 2024 quanto em 2025.
A umidade do solo nessas regiões também permaneceu baixa, apesar de volumes mais próximos da média entre novembro e dezembro de 2024.
De acordo com a Hedgepoint Global Markets, a seca em 2025 parece não ter tido um impacto tão grande no enchimento dos grãos das lavouras, sendo que esperamos uma melhora na peneira em relação à 24/25, devido às boas chuvas no fim de 2024. A exceção foi o estado de São Paulo, que, além da seca, presenciou temperaturas mais elevadas, com possíveis impactos no rendimento do processamento.
“Ainda assim, o clima adverso fez com que muitos produtores aumentassem as podas, com o foco na produção de 26/27, o que reduziu o potencial produtivo na safra 25/26”, diz a analista.
Conilon
Já nas regiões de Conilon, as perspectivas são mais positivas.
No Espírito Santo, maior estado produtor da variedade, o clima em 2024 foi mais úmido que nas regiões de Arábica, com chuvas mais uniformes. Em 2025, as precipitações também seguem mais em linha com a média histórica. Assim, mesmo com uma umidade do solo mais baixa, o potencial produtivo é mais otimista, com um maior rendimento esperado.
O mesmo padrão também é observado em outras regiões, como a Bahia e Rondônia.
Além disso, com os maiores preços do café, os produtores seguiram com maior investimento nas lavouras – inclusive na construção de poços artesianos e de sistemas de irrigação – levando a uma maior expectativa de produção na safra 25/26.
“Assim, enquanto em fevereiro estimávamos 22,5 M de scs de Conilon neste próximo ciclo, aumentamos esse volume para 24,2 M scs, elevação de 20% frente 24/25”, afirma.
De acordo com Laleska Moda, a mudança nas estimativas de produção também levou a empresa a revisar a projeção de exportação para a safra 25/26. Para o Arábica, a expectativa de uma menor produção aliada a estoques de passagem mais baixos e uma possível queda na demanda global pode reduzir os embarques no ciclo 25/26 (Junho-Maio).
“Nossas estimativas são de exportação de 34,1 M de scs de Arábica (verde e processado), recuo de 8,1% frente a estimativa de 24/25. Para o Conilon, esperamos o embarque total de 12,2 M de scs, aumento de 11,1% frente à safra passada”, diz.
Por fim, em relação à demanda, foi reduzida a expectativa, com uma leve queda de 1% esperada em 25/26. Esse quadro é reflexo especialmente do aumento do preço ao consumidor, com o preço no varejo da ABIC acumulando alta de 102% no primeiro trimestre de 2025, frente ao mesmo período de 2024. Além disso, a guerra comercial entre EUA e China ainda pode trazer impactos negativos à economia global, afetando o consumo como um todo, de acordo com a Hedgepoint Global Markets.
“No entanto, destacamos que o recuo é esperado do lado do Arábica (20,1% x 24/25), enquanto o Conilon pode ter aumento da demanda (22,4% x 24/25) devido aos menores preços da variedade frente ao arábica, o que deve levar a mudanças no mix nacional”, ressalta a analista.
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