Cecafé trata de gargalos na logística e seus impactos na emissão de certificados fitossanitários com deputado Evair de Melo
Na quarta-feira, 26 de março, o diretor técnico do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Eduardo Heron, reuniu-se com o deputado federal Evair de Melo, presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) e vice da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), para tratar de uma proposição do congressista, ao ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, para a adoção de “medidas urgentes” que mitiguem os impactos da crise logística portuária que vem impedindo o Brasil de receber milhões de reais com exportações.
Segundo levantamento realizado pelo Cecafé, os desafios logísticos enfrentados pelos portos brasileiros resultaram em perdas significativas para os exportadores de café. O deputado lembrou que, somente no Espírito Santo, seu Estado de origem, 65.665 sacas da commodity, equivalentes a 199 contêineres, não foram embarcadas em janeiro deste ano, causando a não entrada de R$ 132,9 milhões, considerando o preço médio do café de US$ 336,33 e a média do dólar de R$ 6,0212.
Levando em conta os dados de todo o país, o Brasil deixou de receber US$ 226,05 milhões (R$ 1,361 bilhão) em receitas cambiais, no primeiro mês de 2025, devido a atrasos, alterações nas escalas dos navios e rolagens de cargas, que impediram a exportação de 672.113 sacas de café (2.037 contêineres), que ficaram retidas nos portos brasileiros, gerando gastos adicionais, de R$ 6,1 milhões em janeiro, aos exportadores com armazenagem extra, detentions, pré-stacking e antecipação de gates.
Desde o início do levantamento do Cecafé, em junho de 2024, o prejuízo ao setor exportador de café brasileiro já chega a R$ 57,7 milhões. “Agradecemos o apoio importante do deputado Evair a esse pleito que o Cecafé vem tratando há tempos com as autoridades públicas competentes e os demais players do comércio exportador impactados e acreditamos que, quanto mais atores agirem nesse sentido junto ao governo, poderemos encontrar soluções de forma mais célere”, comenta Heron.
O diretor Técnico do Cecafé também abordou o impacto dos desafios logísticos na emissão dos certificados fitossanitários para países como Turquia, Malásia, Marrocos e África do Sul por conta dos elevados índices de atrasos dos navios e constantes rolagens de cargas, solicitando auxílio do deputado na mediação de reunião junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para buscar uma solução aos exportadores de café e mitigar os riscos e prejuízos que as empresas estão enfrentando em decorrência de tratamentos sanitários e reinspeções de cargas, visando atender às exigências turcas.
“Os sérios desafios logísticos que persistem nos portos brasileiros, com elevados índices de atrasos de navios e rolagens de carga, vem causando enorme dificuldade e retrabalho no tratamento sanitário e na emissão de certificados fitossanitários em conformidade com a legislação de alguns países importadores, tendo em vista que as cargas estão permanecendo por muito mais tempo nos portos, o que demanda que recebamos atenção imediata do Mapa para buscar orientações, adequações e soluções para mitigar esses problemas e evitar desgastes diplomáticos, pois o setor exportador de café do Brasil precisará empenhar ainda mais esforços para buscar o aprimoramento de seus processos e o cumprimento das exigências sanitárias internacionais”, explica.
Após tomar ciência do problema na emissão de certificados fitossanitários aos países mencionados, o deputado Evair de Melo conseguiu, imediatamente, uma audiência com o Mapa, que foi realizada ontem, 27 de março. No encontro, o diretor técnico do Cecafé e o chefe de gabinete do parlamentar, Marcelo Araujo, apresentaram os desafios para a chefe de gabinete da Secretaria Executiva, Érika Ferraz, e ao Coordenador-Geral de Fiscalização e Certificação Fitossanitária Internacional da Pasta, Eduardo Henrique Magalhães Porto, solicitando apoio e orientação para mitigar as dificuldades na emissão de certificados fitossanitários para Turquia, Malásia, Marrocos e África do Sul.
“Saímos muito satisfeitos da reunião, pois a equipe técnica do Ministério da Agricultura se sensibilizou e foi muito receptível ao tema, demonstrando compreender o desafio e se comprometendo a efetuar algumas orientações e adequações internas para reduzir os impactos entre a data do tratamento e a emissão do certificado fitossanitário, que são causados pelos atrasos de navios e rolagens de cargas”, conclui Heron.
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