Produção de café na Colômbia não é suficiente para compensar o tamanho da redução da oferta do Brasil

Publicado em 31/01/2025 11:21 e atualizado em 31/01/2025 14:47
Safra do país da América Latina aumentou 23% em 2024

Logotipo Notícias Agrícolas

Em 2024, a Colômbia, que é atualmente a maior fornecedora mundial de arábica lavado, produziu 13,9 milhões de sacas de café de 60 kg, registrando assim um aumento de 23% em relação a 2023. De acordo com a Federação Nacional de Cafeicultores (FNC), esse foi o segundo ano consecutivo de aumento na produção do país, devido ao bom clima nas principais áreas de cultivo. 

Segundo Germán Bahamón, gerente-geral da FNC, o crescimento na produção é resultado dos esforços dos cafeicultores locais, que vêm trabalhando com renovação e aumentando o cultivo de variedades mais resistentes. 

Recentemente, o presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a ordenar que seu governo impusesse tarifas e sanções à Colômbia, o que abalou, por pouco tempo, a perspectiva para embarques de café em um momento em que os futuros mais ativos para a variedade arábica aumentaram em meio a déficits de colheita em grandes produtores. Diante dessa situação, no Brasil os futuros de arábica atingiram novas máximas, enquanto na Colômbia os diferenciais mantiveram a mesma tendência das últimas semanas, especialmente em regiões onde ainda há negociações de café. 

O sócio-diretor na Pine Agronegócio, Vicente Zotti, explica que independentemente desse caso envolvendo o presidente dos EUA, o café da Colômbia já estava mais barato que o café brasileiro. "A gente tem o diferencial dos preços da Colômbia rodando próximo aos US$ 0,10/lb acima de Nova York. Para você ter uma ideia de como a oferta de café brasileiro fino está curta, a gente tem, para esse mesmo tipo de café, um diferencial de US$0,20/lb", completa o especialista. 

Porém, mesmo com o preço mais atrativo no mercado, com o aumento da produção e das exportações (no ano passado a Colômbia registrou um aumento de 16% nas exportações), Vicente destaca que a safra do país da America Latina é completamente insuficiente para conter o cenário da redução de oferta do Brasil. "Como o clima na Colômbia está vindo bem, então é provável que a gente tenha a colheita intermediária, que ocorre entre os meses de maio e julho, com ótimas condições. Não quero dizer safra recorde, mas com essas boas condições de colheita é provável que a gente tenha mais um ano positivo de na Colômbia. Mas, ainda assim, ela é completamente insuficiente para conter um cenário de demanda resiliente com a oferta do Brasil caindo em 2025. Ela não é suficiente para conter o tamanho da redução da oferta do Brasil. Ela não compensa", reforça. 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Por:
Raphaela Ribeiro
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário