Na Suíça, evento destaca preparação dos cafés do Brasil para atender regulações mundiais
Na quarta-feira, 2 de outubro, a HedgePoint Global Markets, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e a Serasa Experian realizaram um evento prévio à programação do 15th SCTA Coffee Fórum & Dinner, em Genebra, na Suíça, para debater a importância da união de forças para impulsionar o mercado global de café, abordando desafios e oportunidades relevantes ao futuro do setor.
A secretária-geral da European Coffee Federation (ECF), Eileen Gordon, antecipou que, após a reunião do dia anterior que o setor privado da cafeicultura mundial teve com a Organização Mundial do Comércio (OMC) – confira aqui https://www.cecafe.com.br/publicacoes/noticias/omc-genebra-cafe-20241002/ –, a Comissão Europeia formalizaria o posicionamento para a flexibilização do prazo, por pelo menos um ano, da entrada em vigência do enrijecimento do Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR).
"O fato se confirmou ao longo da quarta-feira e gerou alívio nos representantes da cafeicultura, pois o regulamento traz riscos significativos, como, por exemplo, o fato de mapas por inteligência artificial das áreas desmatadas não fazerem a distinção correta entre cafezais e matas nativas, o que gera 'falsos positivos' ao desmatamento”, comenta Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé.
“Além disso – completa ele –, havia e ainda há a preocupação com o impacto disruptivo do EUDR na cadeia mundial do café, uma vez que pode causar exclusão social em várias origens mais vulneráveis, como africanas e centro-americanas, o que desvirtuaria a sua função ao causar pobreza e miséria".
É necessário recordar que a flexibilização desse prazo precisa ser aprovada pelo Parlamento Europeu, que tem a próxima reunião projetada para novembro. Entretanto, com o cenário global de guerra, conflitos geopolíticos e discussões orçamentárias, não há a garantia de que se vote a matéria referente ao EUDR.
“Há fatos que eles consideram mais emergenciais e, por isso, viveremos fortes emoções, talvez até com a possibilidade de reuniões extraordinárias. Seguiremos monitorando e realizando nosso trabalho nesse sentido de buscar o melhor caminho aos cafés do Brasil”, explica.
Ainda no evento, falando para cerca de 100 dos principais stakeholders do mercado global, Matos e o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, transmitiram a mensagem do comprometimento e da evolução dos cafés do Brasil em relação à sustentabilidade, bem como o engajamento de todos os setores da cadeia produtiva para consolidar o respeito socioambiental da cafeicultura nacional.
Eles mostraram todo o arcabouço legal relativo aos critérios ESG que o Brasil possui, assim como os elevados índices de preservação ambiental do país, evidenciando que a sustentabilidade gabarita os cafés do país a atenderem qualquer mercado, mesmo os mais exigentes e diversos.
“Estamos preparados para enfrentar e negociar com todos os clientes, pois os aspectos sustentáveis da nossa cafeicultura atendem não apenas às exigências da Europa, mas de diversas nações importadoras, como Estados Unidos, China, Japão, entre outras. Estamos preparados e, em 2025, na 10ª edição do nosso Coffee Dinner & Summit, realizaremos uma ação forte sobre a imagem brasileira atendendo às exigências do compliance socioambiental global”, destaca o diretor-geral do Cecafé.
Ferreira completa que a união de todos os segmentos da cafeicultura brasileira é crucial, enalteceu a presença dos conselheiros do Cecafé no evento, através de cooperativas, empresas nacionais e globais, e agradeceu o trabalho profissional da Serasa Experian ao dar credibilidade a informações e bancos de dados públicos.
“Toda essa inteligência evidenciada faz com que o Brasil dê total transparência a seus respeitos ambiental e social na atividade cafeeira e comprova a real sustentabilidade da cafeicultura brasileira”, anota.
Em sua explanação, a Serasa Experian detalhou as tecnologias que possui para contribuir com o atendimento às mais exigentes normas sociais e ambientais do mundo, como a Plataforma de Monitoramento Socioambiental Cafés do Brasil, que desenvolve em parceria com o Cecafé.
Foram dados detalhes técnicos e realizadas oficinas para o uso da ferramenta, vista como um bureau de compliance social e ambiental não apenas para o EUDR, mas para as mais heterogêneas e exigentes leis que envolvem respeito à governança socioambiental.
A Hedgepoint, em suas considerações, apresentou uma análise sobre oferta e demanda de café em tempos de juros, inflação e custo financeiro elevados, destacando suas iniciativas como provedores de soluções para o gerenciamento de riscos, que são fundamentais para proteger os atores da cafeicultura contra as constantes flutuações cambiais, auxiliando a promoção do crescimento e da competitividade do setor cafeeiro.
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