Café no México: Seca atinge sul do país e produtores esperam quebra de até 30%
As adversidades climáticas há algum tempo são um desafio para os produtores de café. Enquanto no Brasil os produtores sentiram os impactos da seca, geada e granizo, em outras origens cafeicultures também buscam soluções para mitigar os impactos climáticos. Mesmo nas origens que tem pouca expressão em termos de volume, é interessante observar como as alterações climáticas vêm alterando a rotina do produtor mundo afora.
No México, o tempo mais seco desde janeiro traz grandes preocupações para o ciclo atual. De acordo com informações da imprensa local, muitos produtores estimam quebra de até 30%. Os dados fazem parte do relatório do Sindicato dos Produtores Independentes de Café do México, que alertou que a falta de chuva já coloca em risco pelo menos 80% das lavouras de café, sobretudo as que estão localizadas no sul do estado.
De acordo com informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o país ocupa a 6ª posição na produção de arábica e aparece em 10º na produção global de robusta. Quando o assunto é exportação, o país aparece em 8º, gerando receita de US$ 433,8 milhões.
De acordo com Ismael Gómez, com as condições atuais a produção no sul do México não deve ultrapassar as 500 mil sacas. "A maioria dos produtores tem até um hectare e meio, mas a grande maioria tem um hectare e subsiste do seu produto", informou à imprensa local.
A publicação afirma que pelo menos 170 mil hectares no sul do país podem sentir os impactos da seca. "Por isso estão pedindo apoio ao governo federal para cobrir despesas (devido às receitas), que não existirá para o ciclo produtivo, para a renovação dos cafezais e combate de pralas e doenças", destaca.
Assim como outras origens produtoras, o México também compra bastante café do Brasil para atender o mercado interncional. Os números mais recentes do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), no primeiro trimestre deste ano o México lidera o ranking de importação de café verde (in natura) entre os países produtores.
O relatório mostra que o país importou 286.545 sacas, alta de 998,9% sobre o período de jan-mar de 2023 ( 26.076 sacas). No ranking geral, México é 9º principal parceiro dos cafés do Brasil de janeiro ao fim de março deste ano, adquirindo 317.360 sacas de todos os tipos de café, alta de 721,47% sobre o primeiro trimestre de 2023 (38.633 sacas).
O país mexicano é muito forte na indústria solúvel e atende importantes mercados mundo afora, como por exemplo os Estados Unidos - principal consumidor de café do mundo.
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