Com alta de 50% nas importações, Alemanha ultrapassa Estados Unidos na compra de cafés do Brasil
Maior consumidor de café do mundo e também maior importador do café brasileiro, no mês passado os Estados Unidos perdeu a liderança no ranking de principais compradores para a Alemanha. O dado, que foge do habitual para o mercado de café, faz parte dos últimos números divulgados pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil.
De acordo com o relatório oficial, no mês de janeiro a Alemanha comprou 695.607 sacas, o volume representa alta de 57,4% em comparação com janeiro de 2023 e também corresponde a 17,6% das exportações do Brasil.
Apesar de chamar atenção, Márcio Cândido Ferreira - presiente do Cecafé, afirma que a Alemanha assumindo a liderança trata-se de um reflexo dos problemas logísticos globais enfrentados há alguns meses pelo setor exportador e que foram agravados com os conflitos no Oriente Médio. "Nós tivemos cargas de dezembro que ficaram para trás e certamente cargas para a Europa, certamente o que favoreceu um volume maior para a Alemanha neste mês de janeiro", disse o presidente ao Notícias Agrícolas.
A Alemanha é um mercado consolidado quando o assunto o café e o país há muitos anos aparece entre os principais importadores do produto brasileiro, aparecendo sempre depois dos Estados Unidos no ranking principal. O consumo de café é crescente e no ano passado, inclusive, a Associação Alemã de Café divulgou consumo recorde da bebida no país em 2022.
Segundo a imprensa local, o café é de "longe a bebida mais popular na Alemanha, à frente da água mineral e da cerveja". A pesquisa da Associação também mostrou que uma média de quase quatro xícaras são consumida pelos alemães. Os dados de 2023 ainda não foram divulgados.
ESTADOS UNIDOS
Já os Estados Unidos registraram a compra de 682.952 sacas no mês de janeiro, alta de 31,3% e com representatividade 17,2% de todo o volume exportado. É importante ressaltar que os americanos consomem mais café neste período do ano, impulsionados pelo frio do inverno.
“Nesta época do ano, vivemos o inverno no Hemisfério Norte e o consumo de café aumenta. Esse aspecto, alinhado a uma redução no nível de estoques cafeeiros na parte de cima do globo, faz com que, naturalmente, grandes consumidores importem mais café das origens produtoras”, comenta o presidente do Cecafé.
E A CHINA?
Do outro lado do mundo, continua chamando atenção o avanço da China nas compras de café do Brasil. O mercado vai se consolidando e a potência asiática se manteve no sexto lugar do ranking. Em janeiro deste ano, o gigante asiático
importou 168.761 sacas, ampliando em 153,9% o volume que adquiriu no primeiro mês de 2023.
Márcio destaca que o grande o diferencial deste mês é que além do avanço do volume, chama atenção o fato da China estar buscando também os cafés de qualidade. "Eles vêm buscando arábica de qualidade, ainda não é um mercado consumidor de robusta por parte do Brasil, mas tem realmente avançado bastante", afirma. Em comemoração aos 50 anos de relações comerciais com o Brasil, o setor exportador se programa para avançar com as ações de promoção de imagem dos cafés do Brasil e alavancar os negócios.
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