11º Prêmio Região do Cerrado Mineiro terá leilão virtual entre as novidades deste ano
Um evento que já virou tradição na cafeicultura há mais de uma década espera bater novos recordes em negócios este ano. É o 11º Prêmio da Região do Cerrado Mineiro (RCM) que vai movimentar Uberlândia no dia 30 de novembro. Os produtores interessados podem se inscrever a partir do dia 1º de agosto. Esta edição apresenta muitas novidades, entre elas, um leilão virtual. O objetivo é superar as 370 inscrições realizadas no ano passado, quando foram movimentados mais de R$ 629 mil.
A iniciativa visa o reconhecimento do trabalho dos cafeicultores que produzem café de qualidade e também destacar e promover a Denominação de Origem (D.O), reverenciando a arte de produzir café de atitude e celebrar a união do segmento.
De acordo com o diretor executivo da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Juliano Tarabal, o Prêmio RCM é muito mais que um concurso de qualidade. "É lançar e celebrar a safra, promover a região de origem do Cerrado Mineiro, reconhecer o trabalho dos produtores e conectar a cadeia do café, através da intercooperação", explica.
O evento promovido pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado tem a realização das cooperativas Carmocer, Carpec, Coagril, Coocacer Araguari, Coopadap, Expocaccer e MonteCCer, integrando ainda as seis associações: ACA, Acarpa, Amoca, Appcer, Assocafé e Assogotardo como apoiadoras.
O Sebrae é um apoiador da iniciativa desde a primeira edição. Segundo a analista do Sebrae Naiara Marra, a expectativa da entidade é ver "a celebração de toda uma safra de várias famílias que estão envolvidas nesta atividade tão importante para a nossa economia, mas é também o momento de mostrar para o mercado, os cafés éticos, rastreáveis e a qualidade que a Região do Cerrado Mineiro tem”.
Inovação nas Inscrições
As inscrições acontecem de 1º de agosto a 8 de setembro. Serão três categorias e cada produtor poderá inscrever duas amostras por propriedade, sendo uma na categoria Café Natural ou Cereja Descascado, mais uma na categoria Fermentação Induzida.
Este ano, a premiação vai dar oportunidade para todos os cafeicultores da região, desde que sejam cooperados ou associados em Cooperativas ou Associações da RCM e credenciados pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado.
O evento que desde o ano passado consagra as três melhores cafeicultoras ranqueadas da região, com o Troféu Mulher de Atitude, também conta agora com uma novidade nas inscrições, para incentivar ainda mais as mulheres na produção do café.
As inscrições para o 11º Prêmio RCM serão feitas via cooperativa ou associação. Outras informações e o regulamento estão disponíveis no endereço eletrônico: www.cerradomineiro.org/premio.
Mudança na Etapa das Cooperativas
Como ocorre todos os anos, a seleção das amostras será realizada por um corpo de jurados profissionais. Na Etapa das Cooperativas o primeiro lugar de cada categoria terá lugar garantido na final. No total, das 60 vagas, 18 serão reservadas para a classificação regional e as 42 restantes serão disputadas por ranqueamento de qualidade.
Todos os 60 finalistas vão para a etapa regional. A disputa segue nesta etapa onde serão eleitos os três melhores de cada categoria e os três melhores cafés produzidos por mulheres.
Premiação
Os vencedores serão premiados com R$ 5 mil pelo primeiro lugar, R$ 3 mil pelo segundo e R$ 2 mil pela terceira posição.
O incentivo à sustentabilidade também continua com a entrega do troféu Atitude Sustentável. Para disputar o prêmio, os 60 produtores finalistas podem inscrever projetos de práticas sustentáveis aplicadas nas suas propriedades.
Inovações no leilão
O modelo de negócios do Prêmio será feito em quatro modalidades: Reserva de Mercado Brasileiro (voltada para as cafeterias e torrefações), Leilão Presencial, Leilão Virtual e Safra Premiada, com a comercialização dos cafés que não forem vendidos no leilão.
O Leilão Presencial vai contar com um novo elemento beneficente. Uma saca de café vai ser leiloada no maior valor possível entre os compradores e 70% da venda será doada para duas causas: o Hospital do Amor, de Patrocínio e o troféu Escola Atitude, que investe na educação da região.
O leilão também vai contar com uma plataforma digital, um leilão virtual onde serão comercializados 14 lotes de café pela plataforma. Juliano Tarabal conta que o projeto visa ampliar a esfera de produção do café do Cerrado Mineiro. "As amostras vão ser distribuídas para compradores no mundo inteiro antes do leilão e os compradores vão entrar on-line para fazer os lances. A meta é atingir entre 50 e 100 compradores".
Campeões de 2022
Ser campeão de um Prêmio RCM é garantia de que o café produzido na propriedade é um dos melhores do Brasil. E de premiações a família Naimeg entende muito bem. Pioneiros no Cerrado Mineiro na produção de café, o grupo, que tem quatro irmãos no comando da produção cafeeira, foi vencedor em duas categorias do 10º Prêmio RCM.
Jorge Fernando Naimeg, campeão na categoria Café Natural, teve o lote de café mais valorizado que atingiu 90,94 pontos e foi vendido por mais de R$ 62 mil, por saca. Quanto ao segredo para chegar ao nível de excelência do café produzido na propriedade, ele enfatiza que existem pontos chaves que devem ser aplicados. “Ter uma equipe treinada para poder fazer a pós-colheita, conhecer muito bem a matéria-prima, que é o café e escolher o processo que vai ser utilizado para a colheita”, destaca.
Para o campeão da categoria Café Descascado, José Aparecido Naimeg, a premiação foi um momento inesquecível porque veio ao encontro da comemoração dos 41 anos da atuação da família na cafeicultura no Cerrado. "Foi uma emoção muito grande saber que estávamos representando toda uma região com café de qualidade. A paixão e o carinho que temos pelo café é um diferencial", conclui.
Região do Cerrado Mineiro
A Região do Cerrado Mineiro (RCM) completou 50 anos em 2022 e conta atualmente com 4.500 cafeicultores distribuídos por 55 municípios que se reinventam a cada nova safra, a cada nova geração. A RCM possui uma área de produção de 255 mil hectares e é responsável por 12,7% da produção brasileira de café e 25,4% da produção mineira.
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