Café: Com avanço no consumo, Alemanha e China podem trazer boas oportunidades para o produtor do Brasil
Mesmo com os impasses climáticos afetando a produtividade das lavouras brasileiras, o Brasil segue sendo líder absoluto na produção e exportação de café. De janeiro a março de 2023, o país exportou para 106 países, colocando 8,358 milhões de sacas no exterior no período.
Entre os inúmeros mercados que o Brasil atendeu no período, alguns deles apresentam potencial e pode continuar sendo janela de oportunidade para o produtor, como por exemplo Alemanha e China.
Segundo principal país importador dos cafés do Brasil, a Alemanha comprou no período 1.098.967 de sacas. Deste montante, 243.879 sacas se tratam de cafés difenciados, ou seja, que possuem qualidade superior ou certificados de boas práticas agrícolas, de acordo com dados oficiais do Conselho dos Exportadores de Cafés do Brasil (Cecafé).
A tendência é que a Alemanha continue sendo um dos protagonistas dos cafés do Brasil, já que recentemente a Associação Alemã de Café divulgou consumo em nível recorde no país.
Segundo a pesquisa divulgada, no ano passado o café torrado foi o mais consumido, com recorde de 479,7 mil toneladas. Além disso, destacou que o consumo fora de casa no país aumentou aproximadamente 45% em 2022.
Segundo a imprensa local, o café é de "longe a bebida mais popular na Alemanha, à frente da água mineral e da cerveja". A pesquisa da Associação também mostrou que uma média de quase quatro xícaras são consumida pelos alemães. "Em 2021 ainda eram 3,6 xícaras e no ano pré-pandêmico de 2019 era cerca de 3,5 xícaras", afirma a publicação.
A pesquisa também mostrou certa mudança no padrão de consumo, com o aumento da compra de grãos inteiros para o preparado de café em casa. "Os grãos inteiros alcançaram o segmento de café moído pela primeira vez, com uma participação de mercado de cerca de 44%", afirma.
Para 2023, a Associação acredita no avanço ainda mais expressivo nas vendas do café em grãos. "Atualmente, a tendência é a preparação de produtos frescos com o apertar de um botão na máquina totalmente automática", diz Holger Preibisch, gerente geral da Associação Alemã do Café em Hamburgo.
CHINA
Já na Ásia, chama atenção os números da parceria comercial entre Brasil e China. O relatório mais recente do Cecafé destacou o crescimento de 108,7% no primeiro trimestre de 2022. Os chineses adquiriram 185.308 sacas, volume que representa 2,2% do total exportado e que faz com que essa nação salte para o 14º lugar no ranking dos principais destinos.
Há alguns anos o setor exportador de café do Brasil vem acompanhando o desenvolvimento deste mercado, inclusive com ações de promoção de imagem em cafeterias chinesas. O mercado entende que o consumo de café na China é liderado pelos jovens dispostos a experimentar a bebida, ampliando o consumo local.
“O mercado chinês vem crescendo ao longo dos anos e o Brasil vem ocupando espaços. Temos realizado diversas ações de promoção dos nossos cafés em parceria com redes de cafeterias e agentes locais, o que contribui para esse avanço que observamos no mercado sino”, destaca Marcos Matos, diretor geral do Cecafé.
Para Márcio Ferreira, presidente da entidade, os números neste momento são importantes diante do cenário atual onde o Brasil tenta ampliar os negócios com a China. O café tem uma ótima oportunidade de incrementar muito mais este crescimento, com qualidade, sustentabilidade e competitividade, tendo em vista o potencial cada vez maior do mercado sino e a tendência de mudanças de hábitos de consumo, principalmente por parte dos milhões de jovens chineses”, finaliza.
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