Após 30 meses de muita chuva, El Niño pode ser positivo para recuperação da produção de arábica na Colômbia
Apesar do retorno das chuvas no Brasil, a incerteza em relação a oferta global de café ainda traz bastante volatilidade para a Bolsa de Nova York (ICE Future US). Com o fim do La Niña, agora as atenções se voltam para a possibilidade de um El Niño no segundo semestre.
Segundo a Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC), na Colômbia, os produtores aguardam pela confirmação do fenômeno climático, mas a princípio, a mudança no padrão das chuvas podem ser positivas para o país após três anos de chuvas constantes castigando os cafezais.
"Os períodos de variabilidade climática, com tendência ao El Niño, são positivos, pois há maior oferta de energia para as lavouras. Esse é o cenário de El Niño com intensidade de fraca a forte, mas em caso muito extremo a situação pode se tornar mais complexa com muitos de déficit hídrico muito acentuado", disse a FNC ao Notícias Agrícolas.
Devido o excesso de chuva, no ano passado o setor convocou os produtores para renovação do parque cafeeiro. Além de salvar as áreas danificadas, a FNC afirma que o maior desafio para os próximos anos será normalizar a produção e produtividade nas lavouras que continuam em desenvolvimento no país vizinho. "A previsão é que em 2023 as condições climáticas sejam favoráveis para as lavouras e sua produção, mas temos muitos desafios", afirma.
É importante lembrar que a passos lentos a Colômbia tenta avançar com a produção. No ano passado, o clima irregular tirou pelo menos dois milhões de sacas do país. E também que o país vizinho aumentou de forma significativa a importação de café do Brasil, segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Diante da quebra na produção, a estratégia da Colômbia continua sendo apostar no marketing para evidenciar a qualidade da bebida. "Vamos continuar fortalecendo o conceito de qualidade do café colombiano. A qualidade tem sido um dos atributos pelos quais nosso café tem sido reconhecido internacionalmente", afirma.
Apesar da oscilação nos preços de café em Nova York, a FNC afirma que os patamares atuais têm sido positivos para o bolso do produtor. "O preço tem sido favorável, mas a produtividade, não", afirma. As lideranças cafeeiras no país também acreditam em uma recuperação do Brasil nos próximos ciclos, alertando para a necessidade do cafeicultor colombiano não deixar de participar do mercado, já que, se confirmada, uma produção mais expressiva do Brasil poderia pressionar as cotações.
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