Itaú BBA: Baixa disponibilidade pode fazer café avançar mais em NY nos próximos meses
Depois de uma volatilidade ainda mais acentuada, o produtor de café viu uma reação no mercado futuro nas últimas semanas. De acordo com levantamento realizado pelo Itaú BBA, entre o início do ano e 21 de fevereiro, o contrato referência avançou 16,2%. No mercado físico, a alta foi de 11,5%, com a saca sendo vendida por R$ 1.160,00 em média.
Para os próximos meses, o Itaú afirma que o preço do café poderá ser sustentado até a entrada da nova safra, mas destaca que três importantes elos do mercado serão determinantes: exportação, as chuvas das últimas semanas e a comercialização que segue lenta.
O banco afirma que a disponibilidade de café continuará apertada no curto prazo, e com isso, a dinâmica das exportações do Brasil nos próximos meses será um importante balizador do mercado. No mês passado, o volume embarcado pelo Brasil já ficou abaixo de 3 milhões de sacas, chamando atenção do mercado.
"Segundo o Cecafé, os embarques de janeiro somaram 2,84 milhões de sacas. Apesar do recuo maior nos últimos dois meses, a queda acumulada no ano safra (jul22-jan23) foi de 3,8%, puxada sobretudo pelos envios de conilon (-58%) enquanto o café arábica verde (que representa 86% do total exportado) cresceu 3,1%", afirma a análise.
Com relação às chuvas nos últimos três meses, o Itaú também destacou a preocupação inicial com avanço de doenças e dificuldade do produtor em seguir com os tratos culturais. Esses fatores têm dado suporte aos preços de café nos últimos dias.
Mas além das fortes chuvas, chamou atenção em relação a ausência de sol. "Apesar disso, o fruto ainda não está maduro e, consequentemente, não suscetível à queda, que seria o pior cenário", afirma.
Segundo dados da Safras & Mercado, a comercialização da safra 2023/24 está em 17% do total a ser produzido pelo Brasil. No ano passado, neste mesmo período, as vendas estavam em 27%. No campo, o produtor espera para saber o real potencial da safra, avaliando os custos de produção e também os impactos das últimas semanas com muita chuva nas lavouras.
"E com a próxima safra devendo ser maior, acreditamos que os preços tenderão a acomodar mais adiante, o que sugere cuidado e proteção das margens já que os custos subiram bastante. Nos próximos meses, entretanto, a disponibilidade de café ainda estará baixa, assim como as exportações e, caso o real aprecie, NY pode avançar mais", afirma a análise.
Outro ponto de atenção levantado pela consultoria, é a melhora das relações de troca entre café e as matérias primas dos fertilizantes. O momento atual é positivo para fixações. "Isso se deve principalmente às quedas do insumo nos últimos meses mas captura também a recente melhora dos preços de café, garantindo os insumos necessários para o segundo semestre em bons termos de troca", finaliza.
0 comentário
Mercado cafeeiro segue em sua tendência de alta no inicio da tarde desta 3ª feira (26)
Chuvas regulares trazem expectativa de uma boa safra de café em Minas Gerais, diz presidente da Faemg
Mapa divulga marcas e lotes de café torrado desclassificados para consumo
Após fortes altas, mercado cafeeiro inicia 3ª feira (26) com ganhos moderados e realização de lucros
Café em alta: novo recorde em exportação sinaliza que mundo abraça cada vez mais os grãos de Minas
Futuros do arábica batem novo recorde contratual e mercado interno tem cotações acima de R$ 2 mil