Colômbia registra queda de 6% na produção de arábica em novembro e exportação recua 25%
A produção de café arábica na Colômbia registrou nova baixa no mês de novembro. O ano tem sido marcado por chuvas expressivas no país vizinho, segundo maior produtor de arábica do mundo e que sente os impactos do La Niña, já confirmando quebra de aproximadamente 1 milhão de sacas na safra 2022 e necessidade urgente de renovação do parque cafeeiro.
Leia mais:
+ Colômbia confirma quebra de 1 milhão de sacas no arábica, mas safra atinge valores recordes
+ Colômbia faz chamado urgente para renovação dos cafezais e projeta recuperação para 2024
De acordo com dados atualizados pela Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC) a queda foi de 6% em relação ao mesmo mês em 2021. O volume de café produzido no mês passado foi de 1.060.000 sacas de 60 kg, contra mais de 1,1 milhão registradas no ciclo anterior. No acumulado entre janeiro a produção da Colômbia estava em 10,1 milhões de sacas, volume que representa 10% a menos quando comparado com 20212.
Nos últimos 12 meses, entre dezembro de 2021 a novembro de 2022, a produção se aproxima de 11,5 milhões de sacas, 11% a menos das 12,9 milhões de sacas colhidas há um ano. E no ano cafeeiro, a produção ultrapassou 1,9 milhão de sacas, 9% a menos que
aos mais de 2,1 milhões alcançados no mesmo período anterior.
Exportação
A FNC também atualizou dos dados de exportação da Colômbia, que registrou queda de 8% nos últimos 12 meses para 11,5 milhões de sacas. No ciclo anterior, os embarques chegaram a 12,6 milhões de sacas.
No mês de novembro o recuo foi ainda mais significativo, com 25% a menos de sacas embarcadas pelo país vizinho com 854 mil sacas. No mesmo período no ano anterior o volume ultrapassou 1 milhão de sacas.
No acumulado do ano, as exportações caíram 8%, para quase 10,4 milhões de sacas de 60 kg ante as quase 11,3 milhões de sacas colocadas no mercado internacional há um ano. E no ano cafeeiro as exportações são de quase 1,8 milhão de sacas, 15% menos em comparação com os mais de 2,1 milhões alcançados no mesmo período anterior.
Mercado
O mercado futuro do café arábica abriu a semana apenas com ajustes técnicos para os preços. Enquanto no Brasil os negócios estão travados, na Colômbia a orientação ao produtor é para que ele aproveite os preços atuais se protegendo de eventuais baixas diante da expectativa de uma safra cheia no Brasil no ano que vem. Além disso, apesar da quebra da produção, a safra na Colômbia atingiu valores recordes no ciclo atual.
Operadores na Bolsa de Nova York (ICE Future US) há algumas semanas monitoram as condições do tempo no Brasil. As previsões seguem indicando chuvas com bons volumes por aqui, mas ainda assim há preocupação com a produção brasileira, o que faz com que os produtores participem pouco do mercado.
"Há uma disputa de “narrativas” sobre o tamanho da próxima safra brasileira. Parte dos operadores e analistas no exterior estão se convencendo de que em 2023, o Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, não terá uma safra cheia, de ciclo alto de arábica. Os cafeicultores brasileiros, que já estão conscientes deste fato, não aceitam a queda dos preços nos últimos meses e permanecem fora do mercado físico, vendendo apenas o mínimo possível do que resta de seus estoques, para fazerem frente a compromissos mais próximos", destacou a última análise do Escritório Carvalhaes.
1 comentário
Após muita volatilidade bolsa de Londres encerra sessão desta 6ª feira (20) com quedas nas cotações futuras
Café em Prosa #195 - Museu do Café passa por reposicionamento institucional e ganha nova identidade visual
MAPA avança na assinatura dos contratos para desembolso de recursos do Funcafé para a Cafeicultura
Mercado cafeeiro segue volátil no início da tarde desta 6ª feira (20)
Futuros do café robusta recuam e saca volta a ser negociada na faixa dos US$ 4 mil/tonelada no inicio desta 6ª feira (20)
Safra de café 25/26 do Brasil deve cair 5%, para 62,45 mi de sacas, diz Safras
Antonio Fernando Baccetti Guaxupé - MG
Quem está perdendo com essa disputa de narrativas é o produtor brasileiro!
Enquanto as redes sociais tentam emplacar analises sem conteúdo, puro achismo, que boa parte da vezes serve a interesses, os produtores estrangeiros estão vendendo a produção e participando do mercado. Precisamos urgentemente dar números reais ao nosso café! Abraço a todos