Nem mesmo preocupação com oferta salva café de queda em dia de baixas generalizadas
O mercado futuro do café arábica encerrou as negociações desta sexta-feira (23) com desvalorização e sentindo a pressão do financeiro nas principais referências na Bolsa de Nova York (ICE Future US). + ESG na cafeicultura: Adoção de novas práticas dentro e fora do campo abrem leque de oportunidades para o produtor, atende demanda exigente e beneficia toda a cadeia
Dezembro/22 teve queda de 310 pontos, negociado por 220,45 cents/lbp, março/23 teve queda de 315 pontos, cotado por 214,10 cents/lbp, maio/23 teve desvalorização de 325 pontos, valendo 210,25 cents/lbp e julho/23 teve queda de 330 pontos, negociado por 207,10 cents/lbp.
Apesar dos fundamentos continuarem sólidos e a preocupação com a demanda permanecer no radar, o mercado sentiu a pressão da preocupação com a recessão global nesta sexta.
Para o café, o mercado entende que a recessão poderia trazer impactos diretamente no consumo da bebida, sobretudo com destaque para os dados da inflação nos Estados Unidos - justamente o maior parceiro comercial do Brasil. Do outro lado, estão as preocupações com o consumo da Europa, destino de boa parte das exportações brasileiras.
A alta do dólar também ajudou a pressionar o café nesta sexta-feira. A moeda encerrou o dia com alta de 2,64% e negociado na casa dos R$ 5,25 na venda.
"O dólar à vista tinha forte alta ante o real nesta sexta-feira, replicando aversão a risco generalizada no exterior, mas até a véspera o real vinha demonstrando um dos melhores desempenhos globais, amparado pelos juros elevados no Brasil e pela perspectiva de uma política econômica mais pragmática no próximo governo", destacou a agência de notícias Reuters durante o pregão.
Em Londres, o café tipo conilin após recuar durante o pregão, encerrou com ajustes nos preços. Novembro/22 teve queda de US$ 6 por tonelada, valendo US$ 2232, janeiro/23 teve queda de US$ 6 por tonelada, negociado por US$ 2219, março/23 teve queda de US$ 5 por tonelada, negociado por US$ 2191 e maio/23 teve queda de US$ 5 por tonelada, valendo US$ 2191.
O setor cafeeiro também monitora o volume dos estoques certificados, agora com 485.408 sacas, menor nível dos últimos 23 anos. Além disso, continua no radar as previsões de chuva nos próximos dias para o Brasil. Já sentindo o déficit hídrico, especialistas afirmam que a precipitação no mês de outubro será determinante para a safra de 2023.
No Brasil, apesar do dia intenso no cenário internacional, o mercado físico teve um dia sem grandes variações nas principais praças de comercialização do país.
O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 1,57% em Poços de Caldas/NG, negociado por R$ 1.290,00. Guaxupé/MG manteve a estabilidade por R$ 1.270,00, Patrocínio/MG por R$ 1.270,00, Araguarí/MG por R$ 1.280,00, Machado/MG por R$ 1.370,00 e Franca/SP por R$ 1.310,00.
O tipo cereja descascado teve alta de 1,46% em Poços de Caldas/MG, negociado por R$ 1.390,00. Guaxupé/MG manteve a estabilidade por R$ 1.344,00, Varginha/MG por R$ 1.350,00 e Campos Gerais/MG por R$ 1.363,00.
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