Procafé: Parte dos pequenos produtores já finalizaram a colheita e quantidade de café continua gerando preocupação
A Fundação Procafé atualizou nesta quinta-feira (30) o andamento da safra 22 nas principais áreas de produção de café arábica do Brasil. De acordo com informações de Alysson Fagundes e Alexandre Pedrosa, ambos da Fundação Procafé, o cenário da safra 22 continua sendo de pouco café para a colheita.
Alysson destacou, mais uma vez, que o setor de forma geral está considerado que a colheita está atrasada, mas na visão da Fundação, a realidade continua sendo de menos café do que o previsto anteriormente após seca prolongada e as geadas do ano passado. "Não sei quando a colheita vai adiantar, a safra está andando, entrando em julho e essa safra não chega nos armazéns. O que todo mundo está perguntando é cadê o café?", comenta no bate-papo.
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Há alguns meses a Fundação Procafé demonstra preocupação com o tamanho da safra de café arábica na Alta Mogiana, sul de Minas Gerais e Cerrado Mineiro. Além da falta de café, o engenheiro agrônomo afirma que problemas com grão chocho e moca também passaram a fazer parte dos relatos dos produtores em boa parte do parque cafeeiro.
O médio e grande produtor ainda está avançando com a safra, mas segundo a Procafé, boa parte dos pequenos produtores já finalizaram a safra. "O que chama atenção é que mesmo o grande e médio produtor vem alertando sobre a quantidade de café ainda mais baixa. Lá trás o produtor chegou e teve um efeito psicológico, agora estamos vendo outra realidade", comenta.
Já com relação ao café sendo colhido, Alysson destaca que o fator positivo é que a carga foi menor, mas o café aparentemente está mais pesado. "O rendimento não está tão ruim, apesar o percentual maior de moca. O que está realmente ruim é a quantidade de fruto colhido, isso que está surpreendendo muito negativamente", complementa.
As cooperativas nas principais áreas de produção de café arábica afirmam que a colheita está mais atrasada em relação aos últimos anos. Nas áreas de colheita semi ou 100% manual há preocupação com a mão de obra, enquanto nas áreas mecanizadas devido as condições do fruto, o produtor está precisando passar duas vezes com a máquina na mesma área.
Planejamento de colheita e safra futura
No mesmo episódio os especialistas abordaram ainda a importância do produtor realizar um planejamento de colheita já pensando na safra do ano que vem.
Alysson destacou que o produtor que pensa em começar uma nova área ou fazer a renovação da lavoura precisa começar esse planejamento agora a partir da escolha de cultivares. O momento é ideal para corrigir erros observados nas safras anteriores e a orientação é que produtor faça uso de cultivares precoces, intermediárias e tardias.
Os dados da Procafé mostram ainda que atualmente 82% do parque cafeeiro é composto com Mundo Novo e Catuaí, justamente as duas cultivares com características de precoce e tardia.
Já para o produtor que possui a mesma variedade em 100% da área, a orientação é a aplicação de maturador e assim ajudar a transformar a propriedade com frutos nos três estágios. "O maturador trabalha maravilhosamente bem nessa situação. Em diversos locais tem isso com grande sucesso", complementa Alysson.
Poda do café
Os especialistas deram ainda orientações para o produtor que pretende fazer a poda. Segundo Alysson, esse produtor precisa estar com a lavoura varrida até a segunda quinzena de julho, no máximo na primeira quinzena de agosto.
"Por que se não tiver sucesso da poda, se não fizer a poda cedo, condena safra futura. Quem trabalha com sistema safra zero ou podas mais frequentes, precisa estar com esse planejamento pronto agora", complementa.
Segundo Alysson, quando o produtor opta por fazer a poda tardia, em meados de outubro, a ação acaba afetando diretamente a produtividade do ano seguinte. A poda após o mês de agosto é indicada apenas para o produtor que observar problema estrutural na lavoura.
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