Há poucas semanas da colheita, conilon no norte do ES tem proliferação de caramujo-africano e pede cuidado redobrado do produtor
A proliferação de caramujo-africano nas lavouras de café tipo conilon tem chamado atenção do produtor no norte do Espírito Santo. A alta incidência da população no parque cafeeiro se justifica com o alto volume de chuvas que a região recebeu nos últimos meses. A condição, além de chamar atenção, pede ainda mais cuidado na preparação da colheita.
Segundo Renan Queiroz, pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) comenta que a região tem como característica uma precipitação de 1.200mm/ano, mas que somente entre os meses de outubro e dezembro do ano passado, o acumulado no norte capixaba chegou a 900mm, ajudando na proliferação do caramujo-africano não só nas lavouras de café, mas também em áreas de cultivo de pimenta-do-reino e mamão. Entre os municípios mais afetados estão São Mateus, Linhares e Jaguaré.
"Nessas áreas muitos produtores estão encontrando esse tipo de problema nas lavouras, justamente em uma área que choveu muito É importante fazer o trabalho de controle antes do início da colheita", afirma ao Notícias Agrícolas.
Queiroz explica que não há preocupação em relação à produtividade ou qualidade da bebida do café conilon, mas ressalta a necessidade de controle ante da colheita para que o produtor não tenha problemas durante a análise do café pós colheita, principalmente para os cafés que tem como destino o mercado externo. Descarta a possibilidade de contaminação, já que o caramujo-afriano não oferece risco direto, mas alerta que os resíduos podem trazer algum impacto negativo para o produtor que deixar algum resíduo no café.
Veja fotos registradas no norte do Espírito Santo:
A colheita do café conilon começa tradicionalmente após a Semana Santa no estado, e por isso os produtores estão fazendo uma corrida contra o tempo para garantir que o parque cafeeiro esteja dentro das condições ideais para o início da safra 22.
Renan explica que para combater o caramujo-africano o cafeicultor está fazendo uso de "uma isca química", colocada no chão da lavoura. "É uma espécie de pastilha e é colocada por área. Uma isca de 250gr custa em média R$ 35,00, mas nas áreas onde a proliferação está muito acentuada os produtores estão comprando muitos quilos", ressaltando mais elemento de alta para os custos de produção que subiu expressivamente no ano passado.
Além da importância de todo produtor fazendo o controle, Renan explica que é importante que se tenha cuidado na aplicação já que se trata de um produto químico. "O produtor precisa ter muito cuidado, é um produto químico e é muito importante seguir todas as recomendações escritas no rótulo", acrescenta.
De acordo com Renan, apesar deste impasse, as chuvas foram positivas para o desenvolvimento da safra e a expectativa na produção é positiva. Os produtores mais qualificados têm expectativa de colhera entre 100/120 sacas por hectare, enquanto nas demais as áreas é esperada uma colheita com 80 sacas, segundo o pesquisador do Incaper.
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