Itaú BBA mantém projeção de preços firmes no café, destaca pouca fluidez no mercado e demanda no Hemisfério Norte
Após avançar 20% em Nova York no mês de novembro, a tendência continua sendo de preços firmes para o café arábica, de acordo com as perspectivas divulgadas pelo Itaú BBA na manhã desta quinta-feira (9). Mesmo com a alta, o produtor brasileiro pouco participa e mercado tem pouca fluidez.
De acordo com a consultoria, as variáveis que justificam a expressiva valorização no mês passado continuam no radar do mercado, o que deve sustentar os preços em alta até, pelo menos, o final de dezembro. Entre os principais fundamentos que alimentam os preços se destacam a incerteza sobre a próxima safra do Brasil e os problemas logísticos.
"O elemento novo no tabuleiro, que requer acompanhamento, é a nova variante sul africana da Covid-19, que voltou a levantar temores nos mercados em geral de um eventual retrocesso na retomada econômica", destacou a consultoria.
Em relação à safra do Brasil, o Itaú BBA destacou a florada generalizada no parque cafeeiro, sobretudo os relatos ruins dos produtores do pegamento das floradas em função dos desequilíbrios fisiológicos das plantas decorrentes da seca e frio ocorridos neste ano, apesar das boas chuvas na maior parte das regiões produtoras.
A preocupação com a logística ganha ainda mais destaque neste momento, já que a aproximação do inverno no Hemisfério Norte tende a impulsionar o consumo de café, o que demanda o aumento dos estoques por parte das torrefadoras. "Que, por sua vez, vêm acelerando o consumo dos estoques certificados nas bolsas internacionais. Por esta razão, a Cooxupé revisou para baixo em 26% sua previsão de embarques neste ano, para 4,8 milhões de sacas, frente às 6,5 milhões de sacas estimadas anteriormente", acrescenta.
Mesmo com o avanço nos preços, o levantamento do Itaú BBA aponta que o produtor brasileiro quase não participa do mercado. O relatório destaca que com relação ao terminal de Nova York, o preço ao produtor brasileiro de arábica alcançou os R$ 1.480/saca enquanto o conilon voltou a ser negociado a R$ 840/saca, altas de 18% e 9% nos últimos 30 dias.
"Porém, mesmo nestes patamares, a fluidez das vendas segue baixa com as duas pontas relutantes em fechar negócios. Os produtores apostando em novas altas e preocupados com volume a ser colhido no ano que vem, além da escalada dos custos de produção e as tradings pressionadas pelas chamadas de margem e aumento da necessidade capital dados os preços atuais", finaliza.
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