Café abre semana atingindo nova máxima em 10 anos: Oferta restrita, chuvas irregulares e logística justificam
A semana começou com valorização expressiva para o mercado futuro do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Com valorização de 2,67%, os contratos se aproximam de 250 cents/lbp com base em fundamentos que seguem sólidos para o café: condição climática, oferta restrita e problemas logísticos.
Março/22 teve alta de 650 pontos, negociado por 249,85 cents/lbp, maio/22 teve valorização de 640 pontos, valendo 248,80 cents/lbp, julho/22 teve alta de 610 pontos, valendo 247,15 cents/lbp e setembro/22 teve alta de 545 cents/lbp, encerrando a negociação por 245 cents/lbp.
"Os preços do café na segunda-feira subiram para novas máximas de 10 anos e fecharam em forte alta devido às preocupações com a oferta global", destacou a análise do site internacional Barchart. Ainda de acordo com a publicação, mais uma vez os preços tiveram suporte nas chuvas irregulares do Brasil.
"A Somar Meteorologia informou nesta segunda-feira que Minas Gerais, região que responde por cerca de 30% da safra de café arábica do Brasil, recebeu 25,5 mm de chuva ou apenas 39% da média histórica na semana passada", acrescenta.
Segundo Haroldo Bonfá, além disso, a visão mais positiva para o consumo também volta a dar suporte aos preços. "Além da nossa volatilidade de todos os dias, temos a notícia de que a nova variante pode não seja tão severa, o que pode aliviar as viagens e com isso aumentar o consumo mundial que já está bastante pressionando", afirma.
Do lado logístico, Eduardo Carvalhaes, analista de mercado, afirmou em entrevista ao Notícias Agrícolas que o cenário continua sendo de incerteza. O setor cafeeiro aguarda agora pelos números do Cecafé, a ser divulgado no próximo dia 10, mas já com a expectativa de observar, por mais um mês, redução nos embarques, consequência da produção em menor escala e principalmente dos gargalos logísticos.
Na Bolsa de Londres, o café tipo conilon também encerrou com valorização. Janeiro/22 teve alta de US$ 17 por tonelada, valendo US$ 2315, maio/22 registrou valorização de US$ 9 por tonelada, valendo US$ 2280, julho/22 tinha alta de US$ 10 por tonelada, cotado a US$ 2276 e setembro/22 teve alta de US$ 10 por tonelada, valendo US$ 2272.
No Brasil, o mercado interno acompanhou o exterior e também teve um dia de valorização nas principais praças de comercialização do país.
O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 3,33% de Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.550,00, Poços de Caldas/MG teve alta de 1,35%, valendo R$ 1.500,00, Araguarí/MG teve alta de 2,68%, valendo R$ 1.530,00, Varginha/MG teve alta de 4,70%, cotado a R$ 1.560,00, Campos Gerais/MG teve alta de 2,79%, valendo R$ 1.545,00 e Franca/SP teve alta de 1,32%, negociado por R$ 1.540,00.
O tipo cereja descascado teve alta de 3,12% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.653,00, Poços de Caldas/MG teve alta de 1,27%, negociado por R$ 1.590,00, Varginha/MG teve alta de 4,49%, negociado por R$ 1.630,00 e Campos Gerais/MG tinha alta de 2,69%, valendo R$ 1.605,00.
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