Mato Grosso investe no cultivo de café conilon; mudas plantadas em janeiro tem expectativa de 120 sacas por ha
A Secretaria de Agricultura Familiar do Mato Grosso colocou em prática o projeto de pesquisas para validar clones de café Canéfora no estado. No ano passado, os números de produção alcançado por produtor em Conilza/MT chamou a atenção do setor e aumentou a expectativa para implantação da produção do café no estado. As informações são de George Lima, superintendente de Agricultura Familiar no estado.
De acordo com George, o estudo está sem feito em áreas do noroeste do estado, onde a agricultura familiar é predominante, diferente de outras regiões que são nacionalmente conhecidas pelo cultivo de grãos. "O investimento total vai gerar em torno de R$ 300 mil, com objetivo final de garantir oficialmente quais cultivares aptas para serem cultivadas na região", comenta.
De acordo com Dalilhia N. Santos, pesquisadora da Empaer, o projeto está em fase de implantação, mais especificamente na fase de poda de formação. "Os experimentos foram implantados no campo experimental da Empaer de Tangará da Serra em 21 janeiro 2021 e o outro no centro de pesquisa da Empaer em Sinop em 3 fevereiro 2021", acrescenta a pesquisadora.
Quanto a expectativa de produção, a especialista explica que, neste momento, é alcançar a produtividade padrão de cada clione. Cada experimento tem 10 clones oficiais da Embrapa-RO, 40 clones de produtores de café de Rondônia e 2 clones de um cafeicultor mato-grossense.
Plantio de mudas foi feito em janeiro/21
O clone BRS 1216 da Embrapa tem potencial para produzir e 120 sacas/ha, portanto a expectativa é que sob as condições de clima e solo de Mato Grosso, tal clone também responda com essa produtividade. "O mesmo vale para os demais clones. Sabemos que nem todos serão responsivos a nossa condição de clima e solo, por isso estamos trabalhando com 52 materiais genéticos", afirma.
A intenção é que se for pra testar produtividade, que seja sob condição experimental, para que posteriormente possamos dar garantia ao cafeicultor, de quais clones são mais promissores, não só em produtividade, mas também em tolerância a doenças e pragas, qualidade de bebida, etc", explica.
Questionada sobre a condição climática da região para o café, a pesquisadora acredita que apesar do calor e os veranicos, as plantas em experimentos possuem resistência para garantir um bom desenvolvimento. "Vale lembrar que a espécie coffea canephora tem sua origem no continente africano, em região de baixa altitude e elevada temperatura (Congo). Além do mais, os clones em teste, ou passaram por um programa de melhoramento (Embrapa-RO) ou por seleção por cafeicultores (RO e MT), sob características climáticas semelhantes. Sendo assim, julgamos que os clones testados tem plena condição de se adaptar com boas produtividades às condições climáticas mato-grossenses", afirma.
Para garantir resultados sólidos, serão necessários três safras. "As plantas estão cotidianamente expostas a influências diversas. Mas à medida que as safras forem acontecendo, teremos resultados preliminares, os quais já serão divulgados aos cafeicultores", finaliza.
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