Café: Preocupação com abastecimento global, conilon sobe mais de US$ 30 por tonelada
Após uma semana de pressão para os preços, o mercado futuro do café encerrou a sexta-feira (26) com valorização para as principais referências. Em Londres, a alta foi motivada por um mercado preocupado com as embarcações de café conilon, com origem de Vietnã, que podem ter atraso no abastecimento com o bloqueio do canal de Suez.
O café tipo conilon com vencimento em maio/21 teve alta de US$ 34 por tonelada, valendo US$ 1399, julho/21 encerrou com valorização de US$ 29 por tonelada, negociado por US$ 1416, setembro/21 teve alta de US$ 27 por tonelada, negociado por US$ 1434 e novembro/21 registrou valorização de US$ 27 por tonelada, negociado por US$ 1450.
De acordo com informações publicadas pelo site internacional Barchart, o navio porta-contêiner, que encalhou no canal de Suez na quarta-feira, continua bloqueando o tráfego de petroleiros. "Quase todas as importações de café conolon da Europa do Vietnã passam pelo canal de Suez, e um fechamento prolongado do canal pode levar a interrupções no fornecimento", afirma.
As notícias mais recentes afirmam que continuam as tentativas de liberar o acesso, mas que isso pode levar mais alguns dias para ocorrer, podendo o problema se estender até a próxima quarta-feira, dia 31. Enquanto isso, há centenas de cadeias de suprimento sofrendo com o interrompimento do abastecimento.
O impacto se dá ainda sobre uma crise no setor de contêineres, que já vinha sendo sentida e com as indústrias operando com sua capacidade total, além de ser sentido também nos preços dos fretes marítimos, que já vinham registrando uma disparada brutal nos últimos meses. O custo para o envio de um contêiner de 40 pés da Europa para a China quadruplicou em um ano.
* Com informações de Carla Mendes | @jornalistadasoja
Mesmo com as altas mais expressivas nesta sexta-feira (26), a semana foi de pressão para os preços do café e no acumulado, o café conilon perdeu 0,07% no contrato maio/21. A preocupação com uma demanda mais enfraquecida, consequência da Covid-19, voltou a sondar e pressionar o mercado futuro.
Na Bolsa de Nova York (ICE Future US), o café arábica acompanhou e também teve um dia de valorização. Maio/21 teve alta de 190 pontos, negociado por 128,50 cents/lbp, julho/21 registrou valorização de 185 pontos, valendo 130,50 cents/lbp, setembro/21 finalizou com alta de 185 pontos, negociado por 132,45 cents/lbp e dezembro/21 teve alta de 185 pontos, negociado por 134,80 cents/lbp.
No acumulado semanal, o contrato com vencimento em maio/21 recuou 1,23% em Nova York. A preocupação com a demanda também pesa sobre o café tipo arábica. Analistas apontam, no entanto, que o setor é otimista para uma demanda mais aquecida a partir do segundo semestre, à medida que a vacinação avança em importantes polos consumidores Estados Unidos e Reino Unido.
No Brasil, o mercado físico acompanhou o exterio e a movimentação do dólar e finalizou com valorização nas principais praças produtoras do país.
O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 2,02% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 757,00, Poços de Caldas/MG teve alta de 1,38%, valendo R$ 737,00. Varginha/MG subiu 2,72%, negociado por R$ 755,00, Campos Gerais/MG registrou valorização de 2,74%, negociado por R$ 750,00 e Franca/SP teve alta de 2,04%, negociado por R$ 750,00.
O tipo cereja descascado teve alta de 1,91% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 800, 00, Poços de Caldas/MG registrou valorização de 1,30%, valendo R$ 777,00, Varginha/MG registrou alta de 2,56%, negociado por R$ 800,00 e Campos Gerais/MG teve alta de 2,53%, valendo R$ 810,00.
+ Produtor de café migra parte da produção para grãos em busca maior rentabilidade
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