Cafeicultores saem da Bolsa por temer não ter produto para entregar
Preocupados com as condições dos cafezais, produtores do sul de Minas Gerais já começam a reavaliar as travas no mercado futuro de café arábica. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (4) por José Marcos Magalhães - presidente da Cooperativa na Minasul, em live realizada pela Frente Parlementar do Café, que reuniu as lideranças da cafeicultura no maior estado produtor do país.
De acordo com Magalhães, produtores do sul de Minas já estão saindo da posição vendida, temendo a falta de café para entrega no ano que vem. "Esse movimento ainda não é significativo, mas é muito representativo. O que chama atenção é que produtores de médio porte já começam a entender melhor as condições da seca para a safra 2021", afirmou o presidente em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Magalhães destaca ainda que é a primeira vez que na história da cooperativa que é observado o movimento de saída dos produtores, e que apesar do número de produtores tomando a iniciativa ainda não ser expressivo, chama atenção e coloca a cooperativa mais perto das incertezas do produtor. Até o momento, produtores de médio porte com produrção entre 500 e 2500 sacas, buscaram pagar a diferença para sair do mercado e esperar pelo primeiro trimestre de 2021. "Essa ação está sendo tomada antes mesmo da previsão oficial da safra e nos coloca, neste momento, em estado de alerta", comenta.
Desde março o sul de Minas Gerais, maior área de produção de café arábica do Brasil, registra chuvas abaixo do esperado. As condições climáticas foram positivas durante a colheita da safra 20, mas desde agosto preocupam o setor em relação a produção do ano que vem, que naturalmente é de ciclo baixo para o Brasil.
Além da falta de chuva, as altas temperaturas também castigam o cafezal. Desde setembro foram registradas duas grandes floradas generalizadas na região, mas com a falta de continuidade das chuvas, o pegamento da florada não aconteceu como era esperado pelo setor.
Nas últimas semanas, as previsões meteorológicas indicaram o retorno das chuvas em toda área, mas os volumes não foram suficientes para aliviar as condições da planta e para recuperar a umidade do solo. "A chuva continua muito irregular e os volumes também continuam baixos. A previsão indica chuvas para próxima semana, precisamos ver como de fato acontecerá", comenta Magalhães.
Visando garantir a segurança do produtor neste momento de incerteza, a cooperativa Minasul também diminuiu o limite para travas no mercado futuro, orientando que apenas até 20% da produção seja travada. Segundo o presidente, a orientação é que mesmo com altas tão expressivas, como as registradas no último dia 27 de novembro, a orientação é para que o produtor mantenha a cautela e espere o desenvolvimento da safra. As primeiras estimativas de safra para 2021 devem ser divulgadas no primeiro trimestre de 2021.
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