Café finaliza semana com altas em NY e Londres; dólar deve ditar ritmo dos próximos dias
Em uma semana marcada pelo câmbio e falta de chuvas para o Brasil, o mercado futuro do café arábica encerrou o pregão desta sexta-feira (6) com valorização de 100 pontos para os principais contratos.
Dezembro/20 teve alta de 100 pontos, valendo 106,95 cents/lbp, março/21 também teve alta de 100 pontos, negociado por 109,45 cents/lbp, maio/21 subiu 110 pontos, valendo 111,20 cents/lbp e julho/21 teve valorização de 115 pontos, negociado por 112,90 cents/lbp.
De acordo com análise do site internacional Barchart, Danos nas colheitas e na infraestrutura na América Central causados pelo furacão Eta aumentaram os ganhos do café na sexta-feira, depois que colheitas e estradas foram danificadas pela tempestade. "A América Central e o México respondem por cerca de 10% da produção total de café global", afirmou a publicação.
A queda do dólar também foi suporte para os preços na Bolsa. E de acordo com Cesar de Castro Alves, consultor de agronegócio do Itaú BBA, a tendência para os próximos dias é que o mercado continue acompanhando as condições do câmbio, em um momento em que o dólar registra queda com a apuração da eleição dos Estados Unidos ainda está sendo realizada.
Outro ponto que tem chamado atenção do mercado, é a condição dos cafezais nas principais regiões produtoras de café no Brasil. Na quinta-feira (5), O Itaú BBA divulgou durante o último pregão que a safra de 2021 deve ter uma quebra entre 14% e 21%, consequência das altas temperaturas na florada e baixos volumes de chuvas desde março nas principais áreas produtoras do Brasil.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, César destacou que as consequências podem ser ainda mais graves para a produção brasileira, podendo chegar a 30% de quebra para o café tipo arábica.
Apesar de chuvas registradas nas áreas de produções nas últimas semanas, as chuvas não recuperam os danos já gerados pelas altas temperaturas e falta de chuva em Minas Gerais e na Alta Mogiana/SP. O retorno das chuvas agora apenas paralisam o processo de perda. É importante destacar que a safra 21 naturalmente de ciclo baixa para o Brasil, após uma colheita volumosa neste ano.
No Brasil, o mercado físico teve um dia de estabilidade nas principais praças produtoras do país. Segundo a análise semanal do Conselho Nacional do Café (CNC), agentes permaneceram retraídos, monitorando o cenário externo relacionado à segunda onda da Covid-19 nos EUA e na Europa e as adversidades climáticas na América Central e no Vietnã. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon se situaram em R$ 543,05/saca e R$ 409,12/saca, com variações, respectivamente, de 1% e -1,1%.
O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 1,79% em Araguarí/MG, valendo R$ 570,00. Franca/SP teve queda de 2,65%, valendo R$ 550,00. Guaxupé/MG manteve a estabilidade por R$ 563,00, Patrocínio/MG manteve o valor de R$ 540,00, Varginha/MG manteve R$ 570,00 e Campos Gerais/MG manteve a cotação por R$ 553,00.
O tipo cereja descascado manteve a estabilidade por R$ 605,00, Poços de Caldas/MG manteve o valor de R$ 560,00, Patrocínio/MG manteve a cotação por R$ 590,00, Varginha/MG manteve o valor de R$ 610,00 e Campos Gerais/MG manteve a negociação por R$ 610,00.
Café conilon
Já o café tipo conilon, além das questões cambiais e falta de chuva no Brasil, também tem suporte nas intensas chuvas que atingem o Vietnã desde a semana passada.
Janeiro/21 teve alta de US$ 11 por tonelada, valendo US$ 1350, março/21 subiu US$ 13 por tonelada, valendo US$ 1363, maio/21 teve alta de uS$ 13 por tonelada, valendo US$ 1376 e julho/21 registrou valorização de US$ 12 por tonelada, valendo US$ 1392.
"O tufão Molave no final da semana passada atingiu o Vietnã, o maior produtor mundial de café robusta, e danificou as safras e a infraestrutura nas Terras Altas Centrais do Vietnã, o que atrasará a colheita de café do Vietnã", destacou a análise internacional.
Especialistas ouvidos pelo Notícias Agrícolas acreditam que as chuvas, caso continuem expressivas, podem atrasar a colheita em até um mês, impactando diretamente na qualidade do café vietnamita. Vale ressaltar que em anos de La Niña a tendência é de chuvas volumosas para toda a Ásia, o que justifica o excesso de água no maior produtor de café tipo conilon do mundo.
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