Preocupação com o clima no Brasil volta a sondar mercado e café finaliza semana com valorização
O mercado futuro do café arábica encerra semana com valorização acima dos 200 pontos para as principais cotações na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Os contratos voltam a subir após uma semana marcada pelas preocupações com a demanda, em um momento em que o setor avalia uma possível segunda onda de contaminação da Covid-19 na Europa. Por outro lado, as condições do clima do Brasil voltam a preocupar o setor cafeeiro, dando suporte de alta para os preços no exterior.
Dezembro/20 tinha alta de 250 pontos, valendo 113,65 cents/lbp, março/21 registrava alta de 235 pontos, negociado por 115,20 cents/lbp, maio/21 subiu 230 pontos, negociado por 116,60 cents/lbp e julho/21 registrava alta de 225 pontos, negociado por 117,90 cents/lbp.
"Os preços do café subiram na sexta-feira devido à preocupação com as condições de seca no Brasil. Dados da Somar Meteorologia desta segunda-feira mostraram que as chuvas em Minas Gerais foram de 4,6 mm na semana passada, ou apenas 27% da média histórica, e as previsões para a próxima semana são de persistência das secas no Brasil", destacou o site internacional Barchart em sua análise diária.
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Após receber algumas chuvas nesta semana, os modelos meteorológicos sinalizam para um um novo período de seca e temperaturas elavadas, o que pode comprometer ainda mais as condições da planta para a próxima safra.
A estiagem no café em 2020 é considerada pela Procafé como uma das mais severas dos últimos anos e preocupa para a produção do ano que vem, que naturalmente será de ciclo baixo. Segundo Rodrigo Naves Paiva, engenheiro agrônomo da Fundação, além da falta de água, a planta também sofreu em setembro com as temperaturas mais elevadas. "É uma situação bastante difícil, que nos preocupa bastante, principalmente devido essa abertura de florada que deve ocorrer entre 14/15 dias", comenta.
Na Bolsa de Londres, os preços também finalizam com valorização. Novembro/20 teve alta de US$ 6 por tonelada, negociado por US$ 1358, janeiro/21 teve alta de US$ 8 por tonelada, valendo US$ 1376, março/21 subiu US$ 9 por tonelada, valendo US4 1389 e maio/21 registrou valorização de US$ 8 por tonelada, valendo US$ 1403.
"Com o último fechamento positivo, analistas acreditam que o mercado pode ter encontrado piso em torno de US$ 1,10 por libra-peso. Até a quinta-feira, foram oito pregões com fechamentos negativos consecutivos. Segundo eles, a tendência é que agora os preços oscilem menos, aguardando novidades do lado fundamental", destacou o Conselho Nacional do Café em sua análise semanal.
No Brasil, as cotações encerram com estabilidade na maior parte das praças produtoras. O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 2,33% em Guaxupé/MG, valendo R$ 572,00, Franca/SP teve valorização de 1,29%, negociado por R$ 550,00. Poços de Caldas/MG manteve a estabilidade por R$ 530,00, Patrocínio/MG manteve o preço por R$ 540,00, Araguarí/MG manteve o valor de R$ 545,00 e Varginha/MG manteve a estabilidade por R$ 555,00.
O tipo cereja descascado teve alta de 2,16% em Guaxupé/MG, valendo R$ 615,00. Poços de Caldas/MG encerrou com alta de 1,72%, valendo R$ 590,00, Varginha/MG registrou alta de 4,24%, negociado por R$ 615,00. Patrocínio/MG manteve a estabilidade por R$ 590,00 e Campos Gerais/MG manteve o valor por R$ 608,00.
Cooabriel acerta novas exportações diretas de café conilon para outubro
SÃO PAULO (Reuters) - A Cooabriel, maior cooperativa de produtores de café conilon do Brasil, tem avançado na execução de planos para exportações diretas da commodity, projetando novos embarques para o mês de outubro, informou a entidade nesta sexta-feira.
A cooperativa, sediada em São Gabriel da Palha (ES), prepara para o mês que vem o envio de 2.160 sacas de 60 quilos, o equivalente a 130 toneladas, para os Estados Unidos, depois de concretizar embarques de 2 mil sacas (ou 120 mil toneladas) para o mercado norte-americano em julho e agosto --as primeiras exportações diretas de sua história.
Os embarques diretos ocorrem sem o intermédio de tradings. Embora deva continuar realizando a maior parte de suas exportações por meio dessas companhias, a Cooabriel vê um mercado crescente para os envios diretos, conforme noticiou a Reuters no início deste mês.
"Esse projeto já era um sonho e conseguimos alavancar. A exportação é uma possibilidade a mais de mercado e iremos perseguir esse objetivo. As coisas estão caminhando muito bem e acreditamos que vai dar certo", disse em nota o presidente da Cooabriel, Luiz Carlos Bastianello.
A cooperativa destacou que o mercado externo valoriza certificações e uma cadeia sustentável, acrescentando que trabalha para atender às exigências e fortalecer sua credibilidade no setor.
Com atuação no Espírito Santo e na Bahia, a Cooabriel tem as exportações como destino de 30% a 40% do todo o volume negociado anualmente, que pode superar 1,4 milhão de sacas em 2020.
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