Seca no Paraná também atinge o café: Grãos serão menores, mas podem compensar na qualidade
A irregularidade das chuvas que atinge todo o Paraná desde fevereiro deste ano, além de levar prejuízos ao produtor de soja e milho do estado, também levou prejuízo para o produtor de café do estado. A colheita na região começou em meados de abril e apesar da expectativa ser de uma boa safra, a falta de água impediu que os grãos se desenvolvessem nos tamanhos esperados.
De acordo com Robson Luiz Bernabé Ferreira - Gerente Técnico e Engenheiro Agrônomo da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, os problemas no norte e noroeste do Paraná começaram já no período de florada, também por conta das condições climáticas. "O clima atrapalhou na época por conta do tempo seco e altas temperaturas, o que derrubou muito chumbinho", destaca Robson.
Quase um mês após o início da colheita, a cooperativa já vê indícios de que uma quebra de produtividade será registrada na região. Segundo Robson, ainda não é possível quantificar o tamanho da perda porque os trabalhos de colheita ainda não avançarem de maneira expressiva. Ainda de acordo com o engenheiro, também por conta da seca a colheita começou mais cedo em 2020.
Em contrapartida, Robson afirma que ao que tudo indica a qualidade da safra será positiva quando o assunto é qualidade. "Será uma boa safra, mas poderia ter sido excelente e até o momento, a maior parte nos mostra ser grãos de qualidade", destaca. Também por conta da falta de chuvas, o produtor local não realizou os tratos culturais da maneira ideal neste ano. "Tivemos um atraso nos tratos culturais e o produtor não fez todas as ações de adubação, por exemplo", destaca.
Para amenizar a umidade relativa do ar, o ideal seria que chovesse no estado nos próximos dias, mesmo com os trabalhos de colheita em andamento. No entanto, as previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) não são positivas, tendo em vista que volumes expressivos só tendem a acontecer depois do dia 22 de maio. Segundo Francisco de Assis Diniz - meteorologista do Inmet, a região norte do estado é uma das mais prejudicadas e que recebe menos volumes de chuvas.
Desde o final do ano passado os sistemas com condição de chuvas passam de maneira muito rápida pela região, sem dar tempo das lavouras sentirem o alívio necessário. A situação também é crítica para o produtor de milho safrinha, em pleno desenvolvimento e que já tem perdas consolidadas na produção deste ano.
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