Café encerra 6ª próximo da estabilidade em NY, mas com perdas acumuladas de mais de 4% na semana
As cotações futuras do café arábica encerraram a sessão desta sexta-feira (20) próximas da estabilidade na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado oscilou dos dois lados da tabela com câmbio e informações do Brasil. Na semana, houve queda de 4,23%, devolvendo ganhos recentes.
Os lotes com vencimento para dezembro/19 tiveram alta de 5 pontos no dia, cotados a 98,35 cents/lb e o março/20 anotou 101,90 cents/lb com 5 pontos de perdas. O contrato maio/20 recuou 5 pontos, a 104,20 cents/lb e o julho/20 avançou 5 pontos, a 106,35 cents/lb.
Segundo agências de notícias, o mercado futuro do arábica teve uma sexta-feira de acomodação técnica ante as quedas de mais de 200 pontos na véspera. O câmbio também impactou nos negócios. Às 16h35, o dólar comercial caía 0,28%, cotado a R$ 4,152 na venda.
"Hoje, os preços do café ficaram um pouco mais altos, pois se consolidaram ante as mínimas de uma semana da quinta-feira. A alta é limitada pela fraqueza do real brasileiro, que chegou em baixas de duas semanas", disse o site internacional Barchart.
Nos últimos dias, operadores no mercado externo também assimilam as informações sobre a safra 2019/20 de café do Brasil. Diversas áreas estão sem chuva há meses e enfrentam altas temperaturas em momento e proximidade das principais floradas da safra 2020/21.
"A situação das lavouras está ficando bastante complicada... Se não tivermos precipitações até o final da próxima semana a situação fica muito catastrófica", afirma o engenheiro agrônomo e pesquisador da Fundação Procafé, Alysson Fagundes.
O técnico agrícola e cafeicultor Norberto Ricci, de São Sebastião do Paraíso (MG), destaca que em um de seus talhões com lavoura nova e terreno arenoso, a produção será zero na safra 2020/21 se chuvas não retornarem nos próximos dias.
"Não vai sobrar um 'grão' de café. Se não vier chuva na próxima semana, essa lavoura está condenada", explica Ricci. O produtor rural acrescenta que na região de São Sebastião do Paraíso (MG) as lavouras tiveram muito desfolhamento após colheita da temporada passada.
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A questão climática também preocupa na Colômbia. A FNC (Federação Nacional dos Cafeicultores) ajustou temporariamente o chamado fator de rendimento básico do café, passando de 92,80 para 94 nas compras realizadas pela FNC por meio de cooperativas e da Almacafé, empresa ligada à entidade.
Mercado interno
Acompanhando as quedas externas, os preços do café também recuaram nas praças de comercialização do Brasil, o que afasta os produtores das meses de negociação. "As cotações do café arábica tiveram forte alta na maior parte dos últimos dias, impulsionadas pelo avanço dos valores externos do grão e do dólar", reportou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Guaxupé (MG) com saca a R$ 486,00 e alta de 0,41%. A maior oscilação ocorreu em Patrocínio (MG) com baixa de 1,06% e saca a R$ 465,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 440,00 e queda de 1,12%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) (estável) e Média Rio Grande do Sul (estável), ambas com saca a R$ 440,00. A maior oscilação foi no Oeste da Bahia com baixa de 1,19% e saca a R$ 415,00.
Na quinta-feira (19), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 429,95 e baixa de 0,61%.
1 comentário
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Carlos Rodrigues
Para ajudar afundar ainda mais as cotações do café vem aí chuvas com fartura no sul do MG,.. portanto, não faltará café, pois ele nasce ate debaixo das pedras...