Café: NY encerra semana em alta com ganhos desta 6ª com câmbio e cobertura de posições vendidas
As cotações futuras do café arábica encerraram a sessão desta sexta-feira (30) com altas de mais de 100 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado acompanhou as oscilações do dólar ante o real, mas também passou por movimentações técnicas.
Os lotes com vencimento para dezembro/19 encerraram o dia com alta 160 pontos, a 96,85 cents/lb e o março/20 anotou 100,30 cents/lb e 150 pontos de avanço. O maio/20 anotou 102,55 cents/lb e 140 pontos de alta e o julho/20 subiu 135 pontos, a 104,70 cents/lb.
Na semana, houve alta acumulada de 0,85% no mercado. Esta sexta-feira foi dia de ajustes técnicos na ICE depois das perdas de mais de 200 pontos na sessão anterior acompanhando as expectativas otimistas dos operadores de exportação de café no mês de agosto.
Durante o mês de agosto, o mercado do arábica em Nova York teve perdas acumuladas de cerca de 6%.
Na terça-feira (23), a corretora Marex Spectron divulgou que estima que as exportações brasileiras de café em agosto possam alcançar até 3,4 milhões de sacas, o que faria dos dois primeiros meses da safra 2019/20 um recorde embarcado de 6,8 milhões de sacas.
Além disso, segundo agências internacionais, as oscilações cambiais também contribuiu para os ganhos no terminal. Por volta das 16h35, o dólar comercial registrava queda de 0,95%, cotado a R$ 4,132 na venda, com investidores acompanhando movimentações do exterior.
"Os preços do café subiram nesta sexta-feira com a força do real brasileiro gerando cobertura de posições vendidas nos futuros do grão", dissse o Barchart. "A valorização do dólar desencoraja as vendas para exportação por parte dos brasileiros", complementa.
Além das movimentações no exterior, o dólar também estava na expectativa do Ptax. "É normal para o último dia do mês ter essa oscilação por conta da Ptax. Geralmente, quem está 'comprado' tende a pressionar a taxa para cima e quem está vendido tenta pressionar a taxa para baixo", disse à Reuters Jefferson Laatus, sócio-fundador do Grupo Laatus.
Recentemente, o banco holandês Rabobank divulgou que espera um déficit global para o café na safra 2019/20 de 5,5 milhões de sacas, sendo o maior em sete anos. Os futuros chegaram a repercutir essa informação no final da semana passada, mas os ganhos foram diluídos.
Mercado interno
O mercado brasileiro de café arábica passou a registrar mais negócios nos últimos dias acompanhando os picos de alta no exterior. "... os ganhos neste início de semana atraíram vendedores ao mercado – cenário oposto ao verificado na maior parte da semana passada", disse em nota o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Guaxupé (MG) com saca a R$ 474,00 – estável. A oscilação mais expressiva ocorreu em Lajinha (MG) com alta de 1,19% e saca a R$ 425,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 430,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 420,00 e avanço de 0,96%.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) (-0,23%) e Franca (SP) (+1,19%), ambas com saca a R$ 425,00. A maior oscilação ocorreu na Média Rio Grande do Sul com queda de 1,20% e saca a R$ 410,00.
Na quinta-feira (29), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 415,64 e queda de 1,53%.
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