Café: Tempo seco no Brasil para colheita e ajustes derrubam NY nesta 6ª feira
As cotações futuras do café arábica encerraram esta sexta-feira (21) com queda de mais de 100 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado realizou ajustes técnicos ante o fechamento da véspera, mas novas atualizações da meteorologia também impactaram.
O vencimento julho/19 encerrou o dia com queda de 125 pontos, a 99,80 cents/lb, o setembro/19 anotou 100,65 cents/lb com perdas de 115 pontos. O contrato dezembro/19 caiu 110 pontos, a 104,25 cents/lb e o março/20 teve 107,80 cents/lb e 100 pontos negativos.
O vencimento referência oscilou no dia entre máxima de 102,55 cents/lb e mínima de 100,23 cents/lb, de acordo com dados da Investing. O dia foi marcado por processo de ajustes técnicos, mas novas informações da meteorologia também contribuíram para a baixa.
"Os preços do café caíram nesta sexta depois de alta de uma semana porque a Somar Meteorologia reduziu a previsão de chuva para Minas Gerais na próxima semana", destacou o site internacional Barchart. As chuvas atrapalham os trabalhos no campo e afetam a qualidade.
O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) prevê que o início da próxima semana deve ser de céu nublado sobre diversas áreas do estado de Minas Gerais, maior estado produtor de café do Brasil. As temperaturas máximas, inclusive, ficam mais altas.
"A colheita está caminhando lenta no Brasil. Informações indicam que os rendimentos não são altos e que a qualidade é baixa por conta das condições climáticas no desenvolvimento", disse o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
O referencial de colheita mais recente no Brasil é da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé). A cooperativa reportou que dentre seus cooperados os trabalhos chegaram a 33,8% até o dia 14 de junho. Há adiantamento ante os anos anteriores.
Na quinta-feira (20), foi o primeiro dia de aviso de entrega para o contrato julho, o que também favoreceu operadores a liquidar posições. A Reuters internacional afirma que não há interesse dos players em estarem vendidos com o inverno chegando.
Ainda de acordo com o site internacional, operadores também acompanham a divulgação da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) sobre os estoques privados de café do Brasil. A estimativa é de 12,893 milhões de sacas de 60 kg.
Mercado interno
O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP) destacou que este início de mês de junho tem sido de agentes afastados e liquidez reduzida. As quedas externas em Nova York e o dólar sem compensar as baixas têm contribuído para as quedas no mercado físico do arábica.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 433,00 e alta de 1,64%. A maior oscilação ocorreu em Lajinha (MG) com alta de 5,00% e saca a R$ 420,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 410,00 e valorização de 2,50%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 406,00 e alta de 1,50%. A maior variação ocorreu em Lajinha (MG) com alta de 5,41% e saca a R$ 390,00.
Na quinta-feira (20), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 397,42 e alta de 0,16%.
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