Café: Chuvas no BR e estoques dos EUA fazem NY cair cerca de 100 pts nesta 2ª
As cotações futuras do café arábica encerraram a sessão desta segunda-feira (18) com queda próxima de 100 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado externo chegou a registrar alta, mas chegou a repercutir informações sobre chuvas no Brasil e oferta.
O vencimento maio/19 encerrou a sessão com queda de 95 pontos, a 93,65 cents/lb e o julho/19 anotou 99,55 cents/lb com 90 pontos de perdas. O setembro/19 anotou 102,25 cents/lb com 90 pontos de recuo e o dezembro/19 registrou 106,05 cents/lb com desvalorização de 90 pontos.
"Chuvas abundantes no Brasil estão beneficiando as lavouras de café no Brasil e empurraram os preços de arábica para baixo nesta segunda-feira", destacou o site internacional Barchart. As quedas nesta segunda-feira revertem todos os ganhos registrados na sexta-feira.
O contrato maio/19, referência de mercado no momento, oscilou durante o dia na ICE entre mínima de 96,35 cents/lb e máxima de 97,97 cents/lb, segundo informações da Investing.
Ainda de acordo com a Somar Meteorologia, as chuvas em Minas Gerais, maior região produtora de café do Brasil, totalizaram 56,8 milímetros na semana passada, ou 131% da média histórica. A safra 2019/20 no país está em pleno desenvolvimento neste momento.
Além disso, dados recentes da oferta também pesaram sobre os preços externos. A GCA (Green Coffee Association), divulgou na sexta-feira que os estoques de café verde dos Estados Unidos subiram 209,958 mil sacas de 60 kg no mês de fevereiro, totalizando 6,26 milhões de sacas.
O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) no final da semana passada informou que as exportações totais de café (verde, solúvel e torrado & moído) em fevereiro totalizaram 3,4 milhões de sacas de 60 kg e receita de US$ 449 milhões. O volume no mês foi 36,3% superior a fevereiro de 2018.
"Os volumes de exportação de café apresentados em fevereiro, registram o segundo recorde mensal consecutivo e histórico, neste ano. Tudo indica que se continuarmos nessa performance, deveremos encerrar o ano cafeeiro próximo a 40 milhões de sacas, o que também será um recorde histórico", disse Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.
Mercado interno
O mercado brasileiro de café segue com negócios pontuais diante dos baixos preços impactados pelo cenário externo. Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), na semana passada, os preços voltaram a ficar abaixo de R$ 400,00 a saca.
"Os preços caíram a um patamar em que nem os cafeicultores mais produtivos e capitalizados conseguem vender sem prejuízo. O ambiente é de muita preocupação e semana após semana aumenta a pressão dos produtores brasileiros sobre suas lideranças", destacou o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Guaxupé (MG) com saca a R$ 423,00 e queda de 1,17%. A maior oscilação no dia ocorreu em Varginha (MG) com avanço de 2,50% e saca a R$ 410,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 400,00 e queda de 1,23%. A oscilação mais expressiva ocorreu em Varginha (MG) com avanço de 1,28% e saca cotada a R$ 395,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 442,00 - estável. A oscilação mais expressiva foi registrada em Poços de Caldas (-1,30% e saca a R$ 380,00) e Varginha (MG) (+1,30% e saca a R$ 390,00).
Na sexta-feira (15), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 398,96 e queda de 0,05%.
1 comentário
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Carlos Rodrigues
E que tal as cooperativas anunciarem redução do plantio de café?? ou ainda não aprenderam a lição??