Café: Bolsa de Nova York fecha semana com leve queda acumulada e vencimento maio/18 fica em US$ 1,17/lb

O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerrou a semana com leve baixa. O vencimento referência, o maio/18, saiu do patamar de US$ 1,18 por libra-peso na semana passada e fechou a sessão de hoje na casa de US$ 1,17/lb. As cotações durante a semana foram impactadas por indicadores técnicos e câmbio.

No mercado interno, os negócios com café arábica seguiram ocorrendo lentamente durante a semana diante dos baixos preços ofertadas nas praças de comercialização. (Veja mais informações abaixo)

Na sessão desta sexta-feira (06), o vencimento maio/18 registrou 117,45 cents/lb com baixa de 10 pontos e o julho/18 anotou 119,40 cents/lb com recuo de 15 pontos. Já o contrato setembro/18 fechou o dia com 121,40 cents/lb e desvalorização de 25 pontos e o dezembro/18, mais distante, recuou 30 pontos, fechando a 124,80 cents/lb.

A semana do café na ICE foi marcada por oscilações quase sempre técnicas em todos os fechamentos, com destaque para um movimento de rolagens de posições, segundo agências internacionais. Fora isso, o câmbio também impactou os preços em parte do dia, como ocorreu na sessão desta sexta. O dólar comercial encerrou o dia com alta de 0,78%, cotado a R$ 3,3681 na venda.

A moeda estrangeira mais alta em relação ao real encoraja as exportações da commodity e os preços externos do grão tendem a recuar. O dólar avança no dia com os mercados atentos com a possibilidade de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de acompanhar o cenário externo após novas ameaças de tarifas do presidente Donald Trump contra a China.

As cotações no terminal externo trabalharam sem novidades fundamentais nos últimos dias. Eduardo Carvalhaes, analista de mercado do Escritório Carvalhaes, disse durante a semana que apenas o clima pode  ter forças para mudar o atual cenário do mercado. "Temos que torcer para que as chuvas não atrapalhem a qualidade da próxima safra de café", diz.

Para o analista, o Brasil tem sim possibilidade de registrar colheita recorde neste ano, mas tem dúvidas com alguns dados de levantamentos privados. O analista acredita que os números de produção do país devem ficar próximos do que foi estimado pela Conab (Companhia Nacional do Abastecimento), mas ainda não se sabe o que irá ocorrer durante o inverno.

A última previsão da Conab prevê safra entre 54,44 e 58,51 milhões de sacas neste ano.

A Somar Meteorologia informa que as chuvas ficarão mais concentradas sobre o Cerrado Mineiro e no Espírito Santo nos próximos cinco dias, com acumulados que variarão entre 40 e 80 milímetros. Também chove em Rondônia, enquanto que em São Paulo e Paraná o tempo fica firme. A colheita da safra brasileira na maior parte do país deve se intensificar entre abril e maio.

Mercado interno

As praças de comercialização pelo Brasil seguiram com negócios isolados durante a semana. O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP) informa, com base no relato de colaboradores, que os baixos patamares de preço nas praças de comercialização têm dificultado o fechamento de negócios, que ocorrem apenas quando há maior necessidade.

O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) atualizou durante a semana os preços mínimos do café para a safra 2018/19. O café arábica teve alta de 2,46% e passa para R$ 341,21 a saca de 60 kg. Já os preços do café conilon recuaram 9,57% e ficaram em R$ 202,19. A vigência vai de abril de 2018 a março de 2019.

O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Lajinha (MG) com queda de 1,14% (-R$ 5,00) e saca cotada a R$ 435,00. As cidades com maior valor de negociação no período foram Guaxupé (MG) (+0,63%) e Poços de Caldas (MG) (-1,04%), ambas com saca a R$ 476,00.

No tipo 4/5, a maior variação na semana foi registrada na cidade de Poços de Caldas (MG) com desvalorização de 4,25% (-R$ 20,00) e saca a R$ 451,00. A praça teve o maior valor de negociação no período.

O tipo 6 duro teve maior oscilação na semana em Maringá (PR) com queda de 2,81% (-R$ 12,00) e saca a R$ 415,00. O maior valor de negociação no período foi registrado em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 446,00 e desvalorização de 3,00% (-R$ 3,00).

Na quinta-feira (05), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 425,44 e queda de 0,03%.

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