Café: Cotações do arábica têm reação técnica nesta 5ª feira na Bolsa de Nova York e sobem cerca de 200 pts
Os futuros do café arábica testaram reação nesta quinta-feira (22) depois de quatro quedas seguidas. Em movimentação técnica, os principais vencimentos tiveram ganhos ao redor de 200 pontos e voltaram a se aproximar do patamar de US$ 1,20 por libra-peso. Apesar da alta, operadores externos seguem acompanhando as informações de alta produção na safra 2018/19.
O vencimento março/18 fechou a sessão cotado a 119,60 cents/lb com alta de 265 pontos, o maio/18 registrou 120,90 cents/lb com avanço de 200 pontos. Já o contrato julho/18 encerrou o dia com 123,00 cents/lb e valorização de 185 pontos, enquanto que o setembro/18, mais distante, fechou a sessão cotado a 125,25 cents/lb com avanço de 175 pontos.
De acordo com Mário Panhotta, gerente de mercado da Cooxupé (Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé), esse avanço em Nova York ainda não pode ser considerado uma reversão de tendência para o café. O mercado espera uma superssafra por parte do Brasil e os fundos, por sua vez, combinam essa pressão nos preços.
Apesar da alta no mercado nesta quinta, operadores no terminal externo seguem acompanhando atentamente as informações sobre a safra brasileira 2018/19, que começará a ser colhida nos próximos meses. Entidades privadas estimam possibilidade de colheita recorde neste ano no país, ao redor de 60 milhões de sacas de 60 kg.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima a safra geral brasileira entre 54,44 e 58,51 milhões de sacas de 60 kg, com possibilidade de recorde. A autarquia atribui a alta produção à bienalidade positiva das lavouras e condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento das plantações. O levantamento foi realizado no mês de dezembro.
Por outro lado, o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino, afirmou, em entrevista para a Reuters, que a produção no país não deve ser recorde. A maior cooperativa brasileira espera receber em 2018 de seus cooperados 8,37 milhões de sacas de café, consideravelmente acima dos 6,68 milhões de sacas de 2017.
Para Panhotta, no curto prazo, o mercado do café ainda pode oferecer surpresas. O câmbio influencia diretamente e, com um ano eleitoral, vários fatores econômicos podem trazer repiques nos preços para o mercado interno.
Mercado interno
O mercado brasileiro de café voltou a ter negócios mais lentos após o Carnaval diante de preços mais fragilizados e com a desvalorização cambial. Além disso, a expectativa de safra mais alta também pressiona os preços. Diante deste cenário, compradores e vendedores se afastaram do mercado, segundo reporta o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 480,00 e alta de 2,13%. Foi a maior oscilação dentre as praças no dia.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 468,00 e alta de 0,65%. Foi a maior oscilação dentre as praças no dia.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 447,00 e alta de 0,63%. A maior oscilação no dia ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com avanço de 2,33% e saca a R$ 440,00.
Na quarta-feira (21), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 433,90 e alta de 0,12%.
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