Café: Bolsa de Nova York tem melhor semana desde dezembro com alta acumulada de mais de 3%
O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecha a semana com alta acumulada de mais de 3% nos principais vencimentos. Depois de fortes quedas, as cotações futuras da variedade registraram recuperação com suporte importante do câmbio, impactado durante a semana com informações políticas, e temores com a safra da Colômbia.
No mercado interno, poucos negócios são realizados e os atuais patamares não animam produtores os a voltarem às mesas de negociação. (Veja mais informações abaixo)
Nesta sexta-feira (26), o vencimento março/18 fechou cotado a 125,15 cents/lb com alta de 150 pontos, o maio/18 registrou 127,50 cents/lb com avanço de 145 pontos. Já os lotes com vencimento para julho/18 encerraram o dia com 129,85 cents/lb e desvalorização de 140 pontos e o setembro/18, mais distante, caiu 140 pontos, fechando a 132,25 cents/lb.
O mercado do arábica em Nova York iniciou a semana com queda ainda repercutindo o otimismo dos operadores com a produção da safra 2018/19 do Brasil, maior produtor e exportador do grão. Essa sensação só foi renovada com a divulgação da primeira estimativa de safra da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) na semana passada de produção entre 54,44 e 58,51 milhões de sacas de 60 kg.
"Comerciantes estão notando o bom tempo sendo relatado no Brasil e esperam outra grande safra. Estas ideias tem o apoio na estimativa da Conab que veio maior do que o esperado pelo mercado e foi muito em linha de muitas estimativas privadas", disse em relatório durante a semana o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville. Novas quedas no estão descartadas.
Ainda de acordo com o analista, em relatório, também repercutem informações no mercado que apontam para baixa produção em áreas de América Central e América do Sul devido ao baixo investimento dos produtores. Ainda assim, segundo agências internacionais, as informações da safra brasileira devem manter os preços pressionados ou limitar recuperação.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, na segunda-feira 22), o produtor de café Alexandre Maroti disse que as estimativas de safra próxima de 60 milhões de sacas não condizem com a realidade. "O número está muito alto e não temos essa produção aqui... Na nossa região, temos muitas lavouras esqueletadas e que registraram problemas com a queda dos chumbinhos", disse.
No decorrer da semana, as cotações do arábica passaram a avançar com suporte importante do câmbio e informações sobre a colheita sendo prejudicada por chuvas na Colômbia, segundo maior país produtor da variedade. As informações são da Reuters internacional. Diante desses fatores, o mercado acabou fechando em alta no acumulado e com a melhor semana desde o final de dezembro.
Com a perspectiva de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficar de fora da corrida presidencial neste ano, o dólar comercial fechou a sessão desta sexta com queda de 0,60%, cotado a R$ 3,1402 na venda. Menor cotação desde outubro de 2017. A moeda menos valorizada tende a desencorajar as exportações da commodity e, consequentemente, os preços externos tendem a subir.
Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), as exportações do país em 2017 totalizaram 30,7 milhões de sacas e receita cambial de US$ 5,2 bilhões. Em termos de volume, isso representa uma queda de 10,1% em relação ao ano anterior. Para 2018, o Cecafé observa que a recuperação nos embarques deve começar somente no segundo semestre.
Mercado interno
De acordo com envolvidos, poucos negócios têm acontecido nas praças de comercialização do Brasil. Os preços em cerca de R$ 450,00 a saca não animam os produtores. A tendência é de preços mais baixos segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP) por conta da safra alta neste ano no Brasil.
O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Varginha (MG) com queda de 2,08% (-R$ 10,00) no período e saca a R$ 470,00. A cidade com maior valor de negociação no período foi Espírito Santo do Pinhal com saca a R$ 490,00 – estável.
No tipo 4/5, a maior variação na semana foi registrada na cidade de Poços de Caldas (MG) com valorização de 1,32% (R$ 6,00) e saca a R$ 460,00. A praça com maior valor no período foi Franca (SP) (estável) e Poços de Caldas (+1,32%), ambas com saca a R$ 460,00.
O tipo 6 duro teve maior oscilação na semana em Patrocínio (MG) e Espírito Santo do Pinhal (SP), ambas com alta de 2,27% (R$ 10,00) e saca a R$ 450,00. O maior valor de negociação no período foi registrado em Araguari (MG) com saca a R$ 460,00 e alta 1,10%.
Na quinta-feira (25), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 441,12 e queda de 0,49%.
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