Café: Bolsa de Nova York volta a repercutir expectativa de alta safra brasileira e cai mais de 150 pts nesta 3ª
As cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta terça-feira (23) com queda próxima de 150 pontos. Depois de acomodação técnica nas últimas duas sessões, o mercado externo voltou a repercutir com força as melhores condições de produção no Brasil, maior produtor exportador do grão, na safra 2018/19, com possibilidade de recorde.
O vencimento março/18 fechou a sessão de hoje cotado a 120,95 cents/lb com queda de 160 pontos, o maio/18 registrou 123,40 cents/lb com recuo de 160 pontos. Já o contrato julho/18 encerrou o dia com 125,75 cents/lb e desvalorização de 160 pontos e o setembro/18, mais distante, fechou a sessão cotado a 128,15 cents/lb com 155 pontos de baixa.
"As tendências em Nova York são principalmente mais baixas. Comerciantes estão notando o bom tempo sendo relatado no Brasil e esperam outra grande safra. Estas ideias tem o apoio na estimativa da Conab que veio maior do que o esperado pelo mercado e foi muito em linha de muitas estimativas privadas", explicou em relatório o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Apesar da queda no mercado, ainda de acordo com o especialista, também repercute no mercado informações de baixa produção em áreas de América Central e América do Sul devido ao baixo investimento dos produtores. Ainda assim, segundo agências internacionais, as informações da safra brasileira devem manter os preços pressionados ou limitar recuperação.
Na última quinta-feira, a Conab estimou a safra 2018/19 do Brasil entre 54,44 e 58,51 milhões de sacas de 60 kg. A autarquia atribuiu a alta produção à bienalidade positiva das lavouras e condições climáticas favoráveis para produção nos últimos meses. O levantamento foi realizado nas regiões produtoras no mês de dezembro.
O CNC (Conselho Nacional do Café) acredita em números inferiores. Em sondagem feita em cooperativas associadas, a instituição chegou a um número menor que os da Conab, com produção entre 50 e 52 milhões de sacas. A variedade arábica responderia uma produção entre 38 e 39 milhões de sacas e a de conilon de 12 a 13 milhões de sacas.
Mercado interno
Os negócios com café arábica seguem lentos nas principais praças de comercialização do Brasil. Nesta terça-feira, poucas localidades registraram variação de preço. Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), as melhores condições climáticas no Brasil devem limitar novas altas nas cotações internas.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca a R$ 490,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 1,04% e saca a R$ 475,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 460,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Varginha (MG) com queda de 1,09% e saca a R$ 455,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 460,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças verificadas ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 1,14% e saca a R$ 435,00.
Na segunda-feira (22), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 445,71 e alta de 0,42%.
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