Café: Bolsa de Nova York sobe mais de 100 pts nesta 2ª e renova ganhos após quedas recentes
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta segunda-feira (22) com alta próxima de 100 pontos. O mercado se ajusta tecnicamente depois de chegar aos níveis mais baixos desde dezembro após repercutir a divulgação da primeira estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para a safra 2018/19 do Brasil.
O vencimento março/18 fechou a sessão de hoje cotado a 122,45 cents/lb com alta de 120 pontos, o maio/18 registrou 124,80 cents/lb com avanço de 110 pontos. Já o contrato julho/18 encerrou o dia com 127,25 cents/lb e valorização de 115 pontos e o setembro/18, mais distante, fechou a sessão cotado a 129,60 cents/lb com 120 pontos de alta. Essa é a segunda alta consecutiva do mercado.
O mercado passa por acomodação técnica e estende os ganhos de sexta-feira depois de as cotações da variedade quase ficarem abaixo de US$ 1,20 por libra-peso. "Após as quedas verificadas nos últimos dias, tivemos um dia de ajustes técnicos e recompras de posições por parte de fundos e especuladores", disse em relatório o analista da Origem Corretora, Anilton Machado.
A queda recente foi motivada pela divulgação da primeira estimativa de safra da Conab, que renovou as perspectivas do mercado de alta na produção brasileira. Agências internacionais de notícias apontam que a perspectiva de uma safra recorde ainda deve manter os preços pressionados ou limitar recuperação dos preços.
"Comerciantes estão notando o bom tempo sendo relatado no Brasil e esperam outra grande safra. Estas ideias tem o apoio na estimativa da Conab que veio maior do que o esperado pelo mercado e foi muito em linha de muitas estimativas privadas", disse em relatório o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Na última quinta-feira, a Conab estimou a safra 2018/19 do Brasil entre 54,44 e 58,51 milhões de sacas de 60 kg. A autarquia atribuiu a alta produção à bienalidade positiva das lavouras e condições climáticas favoráveis para produção nos últimos meses. O levantamento foi realizado nas regiões produtoras no mês de dezembro.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, nesta segunda-feira, o produtor de café Alexandre Maroti disse que as estimativas de safra próxima de 60 milhões de sacas não condizem com a realidade. "O número está muito alto e não temos essa produção aqui... Na nossa região, temos muitas lavouras esqueletadas e que registraram problemas com a queda dos chumbinhos", disse.
Leia mais:
» Café: Produtores contestam última projeção da Conab para a safra 2018
Mercado interno
O mercado brasileiro segue com negócios isolados nas praças de comercialização. Os preços não esboçam muitas mudanças mesmo com variações no cenário externo. O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP) destaca que os negócios devem ganhar mais ritmo nos próximos dias e que as condições climáticas favoreceram o melhor desenvolvimento das lavouras nos últimos meses e que isso tende a limitar alta nas cotações internas.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca a R$ 490,00 – estável. A maior oscilação ocorreu em Guaxupé (MG) com alta de 1,05% e saca a R$ 480,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) (estável) e Varginha (MG) (+1,10%), ambas com saca a R$ 460,00. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu na cidade mineira.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 460,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças verificadas ocorreu em Patrocínio (MG) com alta de 2,27% e saca a R$ 450,00.
Na sexta-feira (19), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 443,86
e alta de 0,01%.
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