Café: Bolsa de Nova York cai cerca de 100 pts na sessão desta 5ª feira e reverte ganhos da véspera
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) reverteram praticamente todos os ganhos da véspera na sessão desta quinta-feira (21). O mercado se acomoda tecnicamente e não tem esboçado tendência clara nos últimos dias, mas operadores seguem atentos às informações sobre os estoques e as projeções para a safra do Brasil e Colômbia na próxima temporada.
O vencimento março/18 fechou a sessão de hoje cotado a 122,25 cents/lb com queda de 90 pontos, o maio/18 registrou 124,55 cents/lb com recuo de 90 pontos. Já o contrato julho/18 encerrou o dia com 126,95 cents/lb e com desvalorização de 90 pontos e o setembro/18, mais distante, fechou a sessão cotado a 129,30 cents/lb com 90 pontos de queda.
O mercado do arábica na ICE passou a se acomodar tecnicamente na sessão após as altas recentes, mas ainda não esboça tendência clara. Ainda assim, seguem repercutindo entre os operadores, do lado negativo, as informações sobre a queda nos estoques globais e dos Estados Unidos e também dados sobre a produção no Brasil e, do lado positivo, dados de colheita na Colômbia, segundo maior país produtor a nível global.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou nesta manhã de quinta sua mais nova estimativa para a safra de café do Brasil, estimada em 44,97 milhões de sacas de 60 kg, com uma redução de 12,5% em relação ao ano anterior, quando atingiu 51,37 milhões. A área colhida também caiu. A redução foi de 4,3%, resultando em 1,87 milhão de hectares.
Segundo a instituição, a queda nos números se explica principalmente pela chamada bienalidade negativa do café arábica, cultivar que responde por 76,2% da produção total. O arábica tem como característica alternar uma safra alta com outra baixa, em ciclos bienais. Este ano foi de baixa, e a produção ficou em 34,25 milhões de sacas, com queda de 21,1% em relação à safra 2016.
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» Conab estima safra de café 2017 do Brasil em 45 mi sacas, queda de 12,5%
Já na Colômbia, segundo informações do site internacional Agrimoney, a produção deve ser até 20% menor primeiro semestre de 2018 devido às adversidades climáticas. "Eu não me surpreenderia se terminássemos com produção cafeeira entre 13,8 milhões e 13,9 milhões de sacas neste ano; os meses de outubro, novembro e dezembro têm sido muito fracos", disse o diretor da Federação Nacional de Cafeeiros, José Roberto Vélez.
"A situação parece que mudou um pouco na América Latina. O Brasil teve baixas exportações, em cerca de 2,8 milhões de sacas, e tem estoques reduzidos que estão com exportadores e produtores. Muitos estão preocupados com o potencial de produção reduzido no Brasil devido à seca mais cedo e o inverno frio e seco, embora alguns exportadores sugerem que a perda potencial tem sido muito superestimada", explica o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Os estoques de café dos Estados Unidos tiveram a maior queda do ano no mês de novembro (297,53 mil sacas de 60 kg) e voltaram a ficar próximos dos níveis registrados em março deste ano, com 6,73 milhões de sacas, segundo dados divulgados pela da GCA (Green Coffee Association) na última sexta-feira. Essa é a quarta queda seguida em 2017 e também a maior em três anos.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou recentemente que os estoques globais podem fechar a temporada 2017/18 nos menores níveis em cinco anos, totalizando 29,3 milhões de sacas. Enquanto a produção global deve totalizar 159,9 milhões de sacas. Ainda assim, segundo o órgão norte-americano a produção deve superar o consumo, que foi apontado em 158,5 milhões de sacas.
Mercado interno
Com o final do ano cada vez mais próximo, os negócios com café nas praças de comercialização do Brasil ficam cada vez mais lentos.
Apenas os produtores que necessitam de caixa ainda fecham negócios nas bases atuais. " Quanto aos preços, a retração de agentes consultados pelo Cepea segue muito forte, limitando as negociações no físico", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca cotada a R$ 500,00 – estável. A maior oscilação nas praças de comercialização no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com alta de 0,21% e saca a R$ 483,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 473,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Franca (SP) com alta de 2,17% e saca a R$ 470,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Franca (SP) (+2,22%) e Média Rio Grande do Sul (+1,10%), ambas com saca a R$ 460,00. A maior variação no dia dentre praças ocorreu na praça paulista.
Na quarta-feira (20), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 447,15 e alta de 0,27%.
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