Café: Bolsa de Nova York sobe mais de 150 pts na sessão desta 4ª depois de sete quedas seguidas
Em um processo de ajustes, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta quarta-feira (13) com alta de mais de 150 pontos. O mercado se acomoda tecnicamente depois de perder o patamar de US$ 1,20 por libra-peso nos principais vencimentos depois de sete quedas consecutivas e repercute as exportações brasileiras. Ainda assim, operadores seguem de olho na safra 2018/19.
Os lotes com vencimento para dezembro/17 fecharam a sessão de hoje cotados a 118,95 cents/lb com alta de 190 pontos, o março/18 registrou 120,05 cents/lb com avanço de 160 pontos. Já o contrato maio/18 encerrou o dia com 122,25 cents/lb e valorização de 160 pontos e o julho/18, mais distante, fechou a sessão cotado a 124,50 cents/lb e 155 pontos de alta.
As vendas por parte dos fundos cessaram na sessão desta quarta-feira, segundo reportam agências internacionais, favorecendo uma recuperação do mercado do arábica na ICE depois de sete sessões no vermelho. Os preços externos do grão ficaram abaixo de US$ 1,20/lb nos vencimentos mais próximos nos últimos dias. Além disso, a Reuters internacional reporta que os dados exportação também favoreceram o mercado.
O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) informou na terça-feira que as exportações de café do Brasil totalizaram 2,78 milhões de sacas de 60 kg em novembro, com receita cambial chegando a US$ 460,6 milhões e o preço médio em US$ 165,34. Em termos de volume embarcado, houve uma queda de cerca de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior.
"O mercado de exportação de café segue dentro do previsto. Os embarques apresentam números dentro do esperado e devem finalizar o ano civil com 30/31 milhões de sacas. O primeiro semestre de 2018 não deve apresentar surpresas, com a performance da exportação brasileira seguindo tranquila", afirma o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes.
Apesar da alta técnica, operadores no mercado seguem acompanhando a evolução da safra 2018/19 no Brasil. Fortes chuvas seguem sendo registradas na maior parte das origens produtoras de café do país. A Somar Meteorologia, no entanto prevê calor e apenas pancadas de chuvas nos próximos dias sobre o cinturão brasileiro.
"As chuvas, se continuarem em janeiro e fevereiro, farão com que o Brasil colha uma boa safra de ciclo alto, mas que não chegará perto dos números sonhados pelos compradores. No próximo ano-safra apenas para o consumo interno precisaremos de 22 milhões de sacas. Não teremos produção suficiente para repetirmos na exportação os números de 2016 e muito menos os de 2015. A safra de 2019 será de ciclo baixo", disse em informativo o Escritório Carvalhaes.
Mercado interno
Os negócios com café seguem lentos nas praças de comercialização do Brasil. "Após consecutivas desvalorizações, agentes deixaram o mercado, travando as negociações... O principal fator que deve limitar as negociações em dezembro é a questão fiscal, devido ao imposto de renda, que tende a manter produtores afastados do mercado no restante do mês", reportou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP)
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca cotada a R$ 500,00 – estável. A maior variação no dia ocorreu em Lajinha (MG) com queda de 2,08% e saca a R$ 470,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 462,00 e alta de 0,22%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 460,00 – estável. A maior variação no dia dentre praças ocorreu em Lajinha (MG) com queda de 2,22% e saca a R$ 440,00.
Na terça-feira (12), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 440,83 e baixa de 1,07%.
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