Café: Mercado interno brasileiro tem aquecimento nas vendas dos tipos mais fracos nos últimos dias
Os negócios com café arábica ganharam mais ritmo nos últimos dias no mercado interno brasileiro, apesar das recentes quedas nos preços acompanhando o cenário externo, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP). Porém, o aquecimento mais expressivo tem sido registrado nos tipos mais inferiores, como o bebida rio, por exemplo.
"De um modo geral, os cafés mais fracos estão com negócios mais aquecidos. Os preços desses tipos têm se mantido mais firme neste ano. Já os tipos finos estão mais parados, com produtores mais capitalizados e que esperam picos para voltarem ao mercado", afirma o analista do Cepea Renato Garcia Ribeiro.
O mercado brasileiro trabalhou nesta quinta-feira (23) sem sua principal referência, a Bolsa de Nova York (ICE Futures US), fechada por conta do Dia de Ação de Graças, um de seus mais tradicionais feriados do país. Segundo Garcia, os recentes feriados no Brasil também impactaram o mercado físico. "O mercado hoje, por exemplo, está trabalhando praticamente com preços nominais".
Os preços internos do café arábica recuaram recentemente acompanhando o cenário externo, com chuvas sendo registradas no cinturão produtivo do Brasil. O escritório nacional do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estima a safra 2017/18 de café acima de 50 milhões de sacas. Uma redução de 900 mil sacas ante a previsão feita em maio pelo órgão e com uma queda na produção do arábica, principal variedade do país.
"Agentes têm falado que as condições climáticas estão mais favoráveis, principalmente para o arábica", aponta Garcia. Algumas lavouras brasileiras sofreram com altas temperaturas nas últimas semanas, com relatos de abortamento da florada, um importante estágio no ciclo produtivo. A Somar Meteorologia prevê chuvas de até 100 milímetros no Cerrado, Zona da Mata, Sul do Espírito Santo e de Minas Gerais e na Mogiana até domingo.
Na quarta-feira (22), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 451,73 e queda de 0,27%. Enquanto isso, o tipo rio teve média geral no mês de novembro de cerca de R$ 400,00 a saca.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca cotada a R$ 500,00 – estável. A maior variação no dia ocorreu em Lajinha (MG) com queda de 2,04% e saca a R$ 480,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 480,00 – estável. As praças não tiveram oscilação no dia.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 465,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças foi registrada em Lajinha (MG) com queda de 2,20% e saca a R$ 445,00.
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