Café: Em ajustes e com revisão na produção do Brasil, Bolsa de Nova York sobe mais de 150 pts nesta 2ª feira

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta segunda-feira (6) com alta de mais de 100 pontos. O mercado passa por ajustes técnicos depois de ficar bem abaixo do patamar de US$ 1,30 por libra-peso nos principais vencimentos repercutindo as chuvas no Brasil, mas também acompanha a divulgação de uma produção brasileira abaixo do esperado na safra 2018/19.

Os lotes com vencimento para dezembro/17 fecharam a sessão de hoje cotados a 125,55 cents/lb com alta de 160 pontos, o março/18 registrou 129,05 cents/lb com avanço de 155 pontos. Já o contrato maio/18 encerrou o dia com 131,35 cents/lb e valorização de 155 pontos e o julho/18, mais distante, subiu 155 pontos, fechando a 133,65 cents/lb. A queda acumulada na semana passada foi de mais de 2%.

Pela manhã, os futuros do grão na ICE chegaram a estender as perdas da semana passada, uma vez que as chuvas seguem sendo vistas no cinturão produtivo do Brasil e as floradas nas últimas semanas também deram pressão aos preços. No entanto, ajustes técnicos passaram a ser vistos. Além disso, novas informações sobre a oferta global do grão na safra 2018/19 voltaram com força ao mercado nesta segunda-feira.

Segundo Shawn Hackett, presidente da Hackett Financial Advisors, o Brasil deverá colher na próxima temporada entre 55 e 57 milhões de sacas de 60 kg, o que fica abaixo das expectativas anteriores de 60 milhões a 62 milhões. Isso deve ocorrer, segundo o analista de mercado, por conta do clima quente e seco no país. As informações foram reportadas pela agência internacional de notícias Reuters.

Nos últimos dias, bons volumes de chuvas foram registrados em áreas produtoras do Brasil com o avanço de uma frente fria. De acordo com institutos meteorológicos, as precipitações devem continuar em praticamente todas as áreas produtoras. Os acumulados podem chegar aos 30 mm no Paraná, Oeste de São Paulo e Espírito Santo, 50 milímetros na Mogiana e em Minas Gerais e 70 milímetros no Sul da Bahia.

Segundo o analista de mercado da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, essas informações recentes de melhora no clima dão maior tranquilidade ao abastecimento global. "Por enquanto, tudo dentro do planejado pela indústria mundial, que segue trabalhando da mão-para-boca, buscando alongar os seus estoques e apostando em uma grande safra brasileira em 2018", disse.

O câmbio também contribui para a alta nas cotações do café arábica. O dólar comercial teve queda de 1,53% nesta segunda, cotado a R$ 3,256 depois de testar o maior nível desde 4 de julho na sexta. O mercado teve um movimento de correção, mas os investidores seguem cautelosos.

Mercado interno

Os negócios no mercado brasileiro tiveram ligeira melhora nos últimos dias, mas o feriado na semana passada limitou transações. "O mercado físico brasileiro não apresentou volume alto de negócios realizados. Como sempre, os produtores vendem para fazer frente aos compromissos mais próximos. Quem pode adia as vendas", disse em relatório no fim da semana passada o Escritório Carvalhaes.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) (estável) e Guaxupé (MG) (estável), ambas com saca a R$ 500,00. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Varginha (MG) com queda de 2,08% e saca a R$ 470,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 490,00 e alta de 2,08%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG)(+2,17%) e Franca (SP) (+2,17%), ambas com saca a R$ 470,00. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

Na sexta-feira (3), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 446,92 e alta de 0,29%.

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