Procafé: Efeitos benéficos da chegada de terra ou enterrio do tronco de cafeeiros no pós plantio
O enterrio ou a chegada de terra no tronco de cafeeiros jovens, pra prevenir danos ou queimas pelo frio (geada), tem sido uma prática comum nas regiões cafeeiras mais ao Sul do País, porem ainda é pouco usado no Sul de Minas Gerais. Além dessa finalidade, verificou-se que a chegada de terra traz benefícios paralelos aos cafeeiros.
Uma observação recente, no inverno de 2017, feita em propriedade no Sul de Minas, em cafeeiros plantados em dez/jan (2016/17), nos quais se chegou terra, até 20 cm de altura, em julho/17, visando proteger gemas no tronco, para futuro rebrote no caso de ocorrência de geada, mostrou que, na primavera, quando da retirada da terra, as plantas se mostravam em melhor estado vegetativo do que as demais sem a terra. Elas estavam mais verdes e, ainda, em crescimento, apesar do período seco, em seguida (ver fotos 3 e 4)..
A possibilidade de proteção de cafeeiros jovens por terra e, mesmo, seu completo enterrio, foi objeto de pesquisas várias, efetuadas no Paraná na época do ex-IBC, indicando a viabilidade da prática, observando períodos variáveis de permanência do enterrio.
Para o operacional de enterrio dos troncos foram utilizados duas lâminas em "V", com vértice aberto, paralelas à linha de plantio, estando o trator a "cavalo" sobre as mudas. O processo é prático e rápido , operando a 4 - 5 Km por hora, o que representa cerca de um ha por hora. O implemento é barato, leve e de baixa manutenção, como mostrado nas fotos 1 e 2.
Por ser uma prática pouco difundida no Sul de Minas, são destacados os efeitos múltiplos da chegada de terra. Trata-se de um seguro contra perda total por geada, a baixo custo. Representa, ainda, uma última capina do ano agrícola, nas laterais dos cafeeiros, pelas laminas e na linha pelo enterrio do mato junto às mudas. Significa, também, um acerto do terreno, evitando-se depressões que ficam por ocasião do plantio. Facilita a molhação emergencial se necessária, segurando a água, sem escorrimento. Protege as plantas da ação de ventos, firmando mais o seu tronco, protege as raízes superficiais das plantas jovens e, por último, também foi verificada proteção contra erosão, por efeito de chuvas iniciais, em outubro, quando o solo se encontrava ainda desprotegido.
O beneficio no desenvolvimento melhor das plantas, confirma observações de pesquisas anteriores, sendo explicado pelo funcionamento da terra como se fosse uma cobertura morta, preservando água no solo, além de aumentar o volume deste junto às plantas, portanto aumentando a água disponível às plantas.
Na primavera, com a passagem do risco por frio e com a normalização das chuvas, as leiras de terra devem ser retiradas, representando esta a parte mais onerosa do processo, uma vez que tem que ser manual e cuidadosamente efetuada, para evitar ferimentos ao tronco dos cafeeiros. Nesta operação é comum a necessidade de 4 hd por ha, aproximando o custo total a R$ 300,00 por ha. Na retirada da terra, as leiras devem ficar ligeiramente abauladas, como compensação da tendência de afundamento do sulco.
A.S. VIANA Eng.Agronomo do MAPA; P.M.S. VIANA Eng Agr; V. PIRES – estudantes de Agronomia UNIS e A.L. Garcia, Eng Agr Fundação Procafé.
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