Café: Bolsa de Nova York cai 150 pts nesta 3ª e completa quinta sessão seguida no vermelho

Publicado em 03/10/2017 17:51

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Pela quinta sessão consecutiva, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam em baixa. O mercado acompanha as chuvas que caem sobre o cinturão produtivo do Brasil e que podem melhorar a condição das lavouras que vão produzir na safra 2017/18. Com mais esse recuo, os vencimentos próximos já estão abaixo do patamar de US$ 1,30 por libra-peso.

O contrato dezembro/17 fechou a sessão de hoje cotado a 125,45 cents/lb com queda de 175 pontos, o março/18 registrou 129,00 cents/lb com recuo de 175 pontos. Já o vencimento maio/18 encerrou o dia com 131,40 cents/lb e desvalorização de 175 pontos e o julho/18, mais distante, caiu 170 pontos, fechando a 133,70 cents/lb.

Mercado do café NY - 03/10/2017
Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 3ª feira – Fonte: Investing

Na manhã desta terça-feira altas de cerca de 15 pontos foram registradas na Bolsa de Nova York. O movimento de ajustes é considerado natural depois de as cotações trabalharem do lado vermelho da tabela nas últimas sessões. No entanto, o lado fundamental, com as chuvas no cinturão produtivo brasileiro nos últimos dias, voltou a ditar as negociações e a queda voltou a ser vista no terminal.

"As chuvas devem promover a floração para a próxima safra e podem salvar algumas flores que vieram depois de algumas chuvas precoces semanas atrás. Devem haver precipitações suficientes para criar uma nova floração na próxima semana. Mas, tudo depende, alguns produtores esperam um bom resultado após a chuva, enquanto outros dizem que elas não foram suficientes", disse em relatório o analista de mercado e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.

Mapas climáticos apontam instabilidades sobre o cinturão produtivo de café ainda nos próximos dias, com precipitações entre 15 e 30 milímetros no Cerrado, Zona da Mata de Minas Gerais e o Centro e Sul do Espírito Santo. A partir de sexta-feira (6), no entanto, o tempo volta a ficar seco em todas as áreas produtoras da região Sudeste pelo menos por 10 dias.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta terça, José Donizete Alves, fisiologista e professor da UFLA, destaca que a chegada das chuvas foi muito bem-vinda. Entretanto, a resposta da lavoura vai depender do seu estado vegetativo. O professor acredita que é impossível que o Brasil tenha uma supersafra de 60 milhões de sacas. Ele lembra que aquela primeira florada que ocorreu no mês de setembro, que representou cerca de 20%, está praticamente perdida.

Leia mais:
» Professor da Federal de Lavras (MG) descarta safra cheia para o café em 2018 e explica quais lavouras requerem investimentos

Mercado interno

Negócios isolados seguem sendo registrados no mercado interno brasileiro. Esse cenário piorou ainda mais na semana passada por conta das baixas externas que, claro, impactaram nos preços físicos, segundo analistas internacionais. As cotações dos tipos mais demandados seguem bem distantes do patamar de R$ 500,00 a saca de 60 kg.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) (estável) e Franca (SP) (-3,85%), ambas com saca a R$ 500,00. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu na localidade paulista.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 460,00 e queda de 6,12. Foi a maior oscilação dentre as praças de comercialização verificadas no dia.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 460,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 1,84% e saca a R$ 427,00.

Na segunda-feira (2), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 445,10 e baixa de 0,76%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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