Café: Bolsa de NY repercute condição das lavouras no Brasil e fecha semana com alta acumulada de mais de 1%

Publicado em 08/09/2017 17:41

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O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerra a semana com cotações mais altas, saindo de 129,05 cents/lb para 130,65 cents/lb na sessão desta sexta-feira (8). Uma acumulada de 1,24%. Durante a semana, os preços externos do grão oscilaram com os operadores mais otimistas com a safra 2018/19 do Brasil. No entanto, produtores do país têm relatado problemas em lavouras de importantes regiões produtoras diante das intempéries climáticas e, com isso, ajustes passaram a ser vistos.

Na sessão de hoje, por exemplo, as altas foram de 150 pontos. O contrato setembro/17 fechou o dia cotado a 129,40 cents/lb com alta de 150 pontos, o dezembro/17 registrou 130,65 cents/lb com avanço de 150 pontos. Já o vencimento março/18 encerrou a sessão com 134,15 cents/lb e valorização de 150 pontos e o maio/18, mais distante, subiu 150  pontos, fechando a 136,45 cents/lb.

Mercado do café NY - 08/09/2017
Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 6ª feira – Fonte: Investing

Essa é a terceira sessão de alta seguida no terminal e as cotações já voltam a ficar mais próximas de US$ 1,30 por libra-peso, mas no início da semana o campo negativo acabou prevalecendo. De acordo com a analista Judy Ganes, presidente da J. Ganes Consulting, os envolvidos do mercado aguardavam mais informações sobre a produção de café na próxima safra após o período de floração, que começou recentemente no país. As informações são da agência internacional de notícias Reuters.

O Brasil é o maior produtor e exportador de café arábica do mundo. Nas últimas semanas, analistas internacionais chegaram a afirmar que a safra do país poderia chegar a 60 milhões de sacas de 60 kg entre arábica e conilon, um recorde.

O analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville afirmou em relatório nesta sexta que o mercado passou a acompanhar também as condições climáticas recentes que podem impactar a produção na próxima temporada, conforme reportado durante a semana pelo Notícias Agrícolas. "Houveram algumas chuvas e a floração precoce foi relatada no Brasil. As imagens mostram que a floração está com um começo muito bom. Mas as áreas de café estão novamente secas, e alguns produtores preocupam-se com o fato de as chuvas chegarem muito cedo e criaram floração prematura", disse.

Mapas climáticos mostram que os próximos dias deverão ser secos nas origens produtoras do Brasil. Há somente chances de chuvas fracas no Norte do Espírito Santo e na Bahia, com a umidade que vem do mar. "Chuvas abaixo da normal são esperadas na maioria das áreas de café nos próximos seis a 10 dias", disse à Reuters Kenny Miller, da MDA Weather Services.

O câmbio também contribuiu para os ganhos do arábica na sessão de hoje, segundo reportam agências financeiras. O dólar caiu 0,24%, a R$ 3,0945 na venda, menor nível em seis meses, com otimismo dos investidores após vitórias do governo no Congresso. A divisa mais baixa em relação ao real tende a desencorajar as exportações da commodity e, com isso, os preços externos do grão sobem. 

Enquanto operadores já pensam sobre a safra 2018/19 do Brasil, a colheita da temporada atual ainda segue sendo realizada. Dentre os cooperados da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), os trabalhos estavam em 96,96% até o dia 02 de setembro, ou 6,59 milhões de sacas de 60 kg. A colheita está mais adiantada do que nos últimos anos. O Sul de Minas é a região que apresenta menor porcentagem colhida até o momento, de acordo com dados da maior cooperativa do Brasil.

Furacão Irma

A ICE informou em nota nesta sexta que o café estocado nos armazéns de Miami-Flórida, Estados Unidos, foram marcados temporariamente como não entregáveis no eCOPS devido ao furacão Irma. O fenômeno que está "varrendo" o Caribe e que pode se tornar a tempestade mais cara da história dos Estados Unidos, poderia devastar a economia agrícola da Flórida. As informações são da FarmFutures.

Leia mais:
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Mercado interno

Durante toda a semana os negócios seguiram lentos nas praças de comercialização do Brasil e os preços também recuaram. "Nesse cenário, agentes estão retraídos, diminuindo o ritmo de comercialização no mercado interno", reportou durante a semana o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP). A maioria das cooperativas não funcionaram nesta sexta-feira por conta do feriado da Independência, comemorado ontem no país.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca a R$ 500,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Guaxupé (MG) com alta de 1,03% e saca a R$ 490,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 – estável. As praças do tipo não tiveram oscilação no dia.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) (estável), Franca (SP) (estável) e Vitória-ES (+1,10%), ambas com saca a R$ 460,00. A maior oscilação no dia dentre as praças verificadas ocorreu em Guaxupé (MG) com alta de 1,15% e saca a R$ 440,00.

Na quarta-feira (6), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 445,17 e alta de 0,27%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • João Carlos remedio São José dos Campos - SP

    Senhores, quem ainda tem café para vender, por favor, segurem. Os preços atuais não condizem com a realidade, principalmente, no clima desértico que estamos atravessando nas principais regiões produtoras. A chuva de alguns dias atrás acabou sendo péssima para a cafeicultura, induzindo uma florada de um tamanho considerável e que devido às condições climáticas que estamos enfrentando, o percentual de pegamento será ínfimo. O mercado finge não enxergar a adversidade e coloca os "chutadores" de plantão para ofuscarem de uma maneira criminosa, tal fato, tentando manter os preços nos patamares que se encontram. Se tivéssemos um governo sério, era o momento de entrar no mercado comprador e refazer seus estoques, adquirindo alguns milhões de sacas, pensando no consumidor brasileiro que em breve sofrerá com a falta do produto. O clima não está dando trégua; muita atenção nesse momento!!!

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    • Celio Porto Fernandes Filho Espírito Santo do Pinhal - SP

      Produtor que não travar preço futuro em um valor rentavel para a particularidade dele, de maneira nenhuma deveria se endividar comprando insumos, assumindo compromissos futuros.... Chega de abarrotar o mercado fisico com produto vendido abaixo do custo. Produtor nenhum precisa de uma super safra para ganhar dinheiro, Ao produtor cabe produzir o minimo de excedente ao que contratou entregar... Super safra só serve para diminuir a sua renda com a oferta maior que o consumo. Essas publicaçoes que se vê a todo momento por qualquer pessoa que tenha interesse no negocio são sem base tecnica alguma...

      Só tem chance de sobreviver nesse mercado quem produziu para entregar a um valor remunerador pre estabelecido. Quem está com cafe na mão está em uma situação incerta e perigosa .Devemos radicalmente mudar nossa forma de produzir e comercializar nossa produção.

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    • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

      Amarrar os compromissos à entrega do produto é um sacrifício a mais, porque além da preocupação de separar uma quantidade da colheita que fica excluída de uma negociação livre, voce corre o risco de ter que comprar no mercado o produto para poder entrega-´lo caso não tenha bons resultados na contagem final... Sei lá, garantido é ´para quem vende o insumo, por exemplo... Além do mais, esta operação amarra o preço para o futuro, induzindo a um valor que pode facilmente ser ultrapassado, mascarando a lei da oferta e da procura...... Se fosse vantagem, ninguém iria lhe oferecer...

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