Café: Exportações do Brasil no ano safra 2016/17 tem menor nível em cinco temporadas com impactos do clima na produção
As exportações de café do Brasil encerraram o ano safra 2016/17 (julho de 2016 a junho de 2017) nos níveis mais baixos em cinco temporadas, com cerca de 30 milhões de sacas de 60 kg embarcadas do grão. Os dados são dos dois principais órgãos que fazem esse levantamento ao longo do ano no país, o Cecafé e a Secex, órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O clima desfavorável prejudicou a produção e, consequentemente, impactou as exportações, segundo os exportadores.
O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) reportou na quarta-feira (12) que as exportações no último ano safra totalizaram 32,91 milhões de sacas, com receita cambial de US$ 5,6 bilhões, que teve um acréscimo de 5% em relação ao período anterior. O café arábica foi destaque na balança e manteve o bom resultado de anos anteriores, sendo responsável por mais de 28,9 milhões de sacas exportadas, enquanto o robusta teve apenas 277,52 mil sacas embarcadas.
"Atingimos praticamente 33 milhões de sacas, um número que revela a influência dos fatores climáticos nos últimos dois anos, em especial na produção de cafés conilon", disse em nota o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes. "Se somarmos esse volume às cerca de 20 milhões de sacas para consumo interno, temos um total de 53 milhões de sacas de café brasileiro, o equivalente a um terço do consumo total mundial. Neste momento, nossa atenção se volta para a entrada da safra 2017/18, que deve recuperar a normalidade de performance do Brasil, principalmente ao longo dos próximos seis meses", acrescenta Carvalhaes.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou em 2016 safra de café do Brasil em 51,37 milhões de sacas, 43,38 milhões de sacas de arábica e 7,98 milhões de conilon.
No ano safra 2016/17, os Estados Unidos mantiveram a liderança do consumo do café brasileiro com 6,43 milhões de sacas, correspondendo a 19,5% do total. Na sequência, a Alemanha aparece com 5,88 milhões de sacas, sendo 17,9%. A lista ainda conta com a Itália com 2,99 milhões de sacas (9,1%), Japão com 2,34 milhões de sacas (7,1%) e Bélgica com 1,96 milhões de sacas (5,9%). Destaca-se ainda no período o aumento das exportações de café para a Rússia (15,7%), Turquia (20,4%) e França (15,7%).
Os dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), vinculada ao MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) são parecidos e apontam exportação de 30,78 milhões de sacas. É o menor volume já registrado desde a temporada 2012/13, quando foram embarcadas 27,25 milhões de sacas.
Somado aos fatores climáticos, apontados por Nelson Carvalhaes, que afetaram a produção do Brasil, vale destacar que os estoques privados do Brasil estão baixos. A Conab divulgou também ontem que o armazenamento privado estava em 9,86 milhões de sacas em 31 de março de 2017, final da safra 2016. O número representa uma queda de 27,4% em relação ao período do ano safra anterior.
Os estoques da variedade arábica são os menores desde 2012, quando somaram 7,7 milhões de sacas. Somadas, arábica e conilon, os estoques finais são os menores em cinco anos.
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