Café: Cotações do arábica avançam mais de 200 pts nesta 4ª na Bolsa de Nova York

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quarta-feira (5) com alta de mais de 200 pontos e ficaram ainda mais próximas de US$ 1,30 por libra-peso. O mercado avançou pela segunda sessão consecutiva com compras técnicas sendo registradas no terminal externo e os operadores atentos ao frio no Brasil, que pode afetar a produção.

O contrato julho/17 fechou a sessão cotado a 127,65 cents/lb com alta de 180 pontos, o setembro/17 registrou 130,00 cents/lb, referência de mercado, com avanço de 230 pontos. Já o vencimento dezembro/17 encerrou o dia com 133,40 cents/lb e valorização de 230 pontos e o março/18, mais distante, subiu 220 pontos, fechando a 136,80 cents/lb.

Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 4ª feira – Fonte: Investing

Na sessão, o vencimento setembro/17 registrou o patamar mais alto desde 13 de junho. "Isso é realmente compras técnicas", disse um revendedor à agência de notícias Reuters em referência ao fechamento do mercado nesta quarta. "Parece que, na maior parte, foi uma cobertura curta de posições. Os fundos ficaram bastante pesados ​​na semana passada".

O clima também segue no radar dos operadores nos últimos dias e principalmente no início desta semana, com mínimas sendo registradas em cerca de 5°C no Sul de Minas Gerais, principal região produtora de café do Brasil. As lavouras estão em plena colheita, mas geadas neste momento seriam também prejudiciais ao próximo ciclo produtivo.

"O clima no Brasil tem sido frio e as áreas produtoras mantiveram-se esquivadas de problemas na semana passada, quando uma massa de ar muito fria ficou no mar. A maioria das previsões apontam que as temperaturas mais frias deverão continua, mas o frio não será suficiente para danificar o café", disse em relatório o analista de mercado e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.

Previsões da Climatempo apontam que o clima deve ficar mais quente ao longo da semana em praticamente todas as origens produtoras com o afastamento da massa de ar polar para mar. Em relação ao clima, Espírito Santo, Zona da Mata e Sul da Bahia podem ter chuvas fracas e o Paraná, São Paulo, Oeste e Sul de Minas Gerais terão tempo seco por certo período.

A Bolsa de Nova York não funcionou na terça-feira por conta do feriado "Independence Day".

Mercado interno

Os negócios com café seguem isolados no Brasil. De acordo com o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado, o sentimento dos produtores é de que a safra 2017/18 de café poderá ser ainda menor do que se esperava. Cafeicultores estão atentos ao clima no Brasil e também esperam melhores patamares de preço para voltarem ao mercado.

As primeiras amostras de café arábica da safra 2017/18 que chegam ao mercado, conforme avança a colheita, têm apresentado granação menor que o esperado. O cenário é bem parecido com o visto na temporada 2015/16 e fica a dúvida dos produtores com o rendimento na hora de completar uma saca de 60 kg. Além disso, as exportações podem ser impactadas já que os grãos maiores são os mais demandados.

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O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com alta de 0,60% e saca cotada a R$ 505,00. A cidade de Varginha (MG) teve a maior oscilação dentre as praças com alta de 2,13% e saca a R$ 480,00.

O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com 480,00 a saca e alta de 2,13%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Patrocínio (MG) com saca a R$ 465,00 e alta de 1,09%. A cidade de Franca (SP) teve a maior oscilação no dia com alta de 2,17% e saca a R$ 470,00.

Na terça-feira (4), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 445,81 e queda de 0,57%.

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