Café: arábica encerra a semana em NY com quedas de até 230 pontos

Após trabalhar em alta no início da tarde, o mercado do café encerra a semana na Bolsa de Nova York (ICE Futures Group) com quedas de 225 a 230 pontos nos principais vencimentos.

O contrato julho/17 terminou a sexta-feira (2) com queda de 225 pontos, a 125,45/lb. A Reuters já havia noticiado que, hoje pela manhã, o mesmo contrato havia chegado ao seu patamar mais baixo desde 28 de abril quando este atingiu os níveis de US$1,26/lb.

Abaixo dos US$1,30/lb também está o contrato setembro/17, que teve queda de 230 pontos, encerrando a 127,75 cents/lb. O contrato dezembro/17 teve queda de 225 pontos, fechando em 131,30 cents/lb e o contrato março/18, também com queda de 225 pontos, encerrou a 134,75.

Jack Scoville, analista da Price Futures Group, destaca em seu boletim diário que a demanda permanece fraca, já que a maioria dos torrefadores não está comprando muito no mercado mundial. Entretanto, aguarda-se um aumento da produção a nível global que, na visão dos produtores, deve ser pequeno, uma vez que o IBGE aponta para áreas menores no Brasil.

Nesta semana, a Citi Research divulgou uma previsão de 48,3 milhões de sacas para 2017/18 no Brasil. A Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), por sua vez, prevê 45,5 milhões de sacas. E o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) é mais otimista ainda: 52,1 milhões de sacas.

De acordo com o Safras & Mercado, a colheita de café arábica no Brasil para a safra 2017/18 já chega a 14%, contra 16% do ano passado. Os trabalhos de colheita ganharam um pouco mais de ritmo nessa última semana, embora tenha sido afetados pelas chuvas e por um alto percentual de café verde em algumas regiões.

Por sua vez, o dólar, depois de operar em baixa por boa parte da sessão, encerrou o dia a R$3,25. A Reuters apontou hoje que a moeda americana passou a subir em relação ao real em função dos investidores, que vêm adotando posições mais cautelosas diante do quadro político incerto.

Variação semanal

Segundo um levantamento realizado por André Lopes, economista do Notícias Agrícolas, o contrato julho/17 havia iniciado a semana nos patamares de US$1,31/lb, tendo uma queda de -4,31% ao longo da mesma. A queda menos expressiva foi vista no contrato dezembro/17, de -4,09%, que iniciou a semana a US$1,37/lb e encerrou a US$1,31/lb.

Mercado interno

O levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas mostra que o café tipo 4 apresentou desvalorização em todas as principais praças ao longo da semana. A cotação mais expressiva é vista em Varginha (MG), a R$465,00, que teve desvalorização de -1,06% ao longo da semana. O menor patamar é visto em Poços de Caldas (MG), a R$452,00, com desvalorização de -3,21%.

No café tipo cereja descascado, a maior cotação é vista em Espírito Santo do Pinhal (SP), a R$500,00. A praça não teve variação ao longo da semana. Patrocínio (MG), por sua vez, teve desvalorização de -2,25%, encerrando a semana a R$455,00.

Já para o café tipo 6, as cotações mais expressivas são vistas em três praças: Araguari (MG), Varginha (MG) e no Oeste da Bahia. Guaxupé (MG) teve uma desvalorização de -4,91%, encerrando a semana a R$445,00.

Na terça-feira (30), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 458,54 e alta de 0,21%.