Café: Bolsa de Nova York cai 150 pts nesta 2ª feira ainda de olho no câmbio e oferta global

Publicado em 22/05/2017 17:41

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta segunda-feira (22) com queda de mais de 100 pontos nos principais vencimentos. Dessa forma, o mercado estende as perdas acumuladas da semana passada, que foram de mais de 2%. O mercado acompanha as informações sobre a oferta do grão na safra 2017/18, mas também segue o câmbio, fator que impacta diretamente nas exportações.

O contrato julho/17, referência de mercado, fechou a sessão de hoje cotado a 130,60 cents/lb com queda de 150 pontos, o setembro/17 registrou 132,95 cents/lb com recuo de 155 pontos. Já o vencimento dezembro/17 encerrou o dia com 136,45 cents/lb e desvalorização de 145 pontos e o março/18, mais distante, caiu 140 pontos, fechando a 139,85 cents/lb.

Mercado do café NY - 22/05/2017

Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 2ª feira – Fonte: Investing

O dólar comercial voltou a subir forte nesta segunda-feira em relação ao real com investidores de olho na crise política no Brasil diante das delações da JBS. A moeda norte-americana acabou fechando o dia com alta de 0,59%, a R$ 3,2763 na venda. O dólar mais alto tende a dar maior competitividade às exportações do grão, já que as transações são feitas na moeda. Com isso, os preços externos tendem a recuar.

"A fraqueza da moeda estimula os produtores a vender mais em termos de moeda local, mesmo com os preços futuros mais baixos em Nova York. Ideias de melhor produção mundial foram vistas por muitos, mais uma vez, com a colheita próxima. As ideias da demanda permanecem muito tranquilas já que a maioria dos torrefadores ainda não está comprando muito em mercados no mundo", afirma o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.

Além do câmbio, que impacta diretamente as exportações, os investidores no terminal externo seguem mais tranquilos com a safra global do grão neste ano nas principais origens produtoras. A colheita no Brasil já começou. Essas informações deram bastante pressão às cotações externas do grão nos últimos dias. "Aumenta a pressão com a chegada da safra brasileira. Também cresce a percepção de que a oferta de café na temporada 2017/18 vai ser maior que o esperado inicialmente, o que reforça o cenário de preços mais fracos", explicou na sexta-feira (19) o analista de mercado da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach.

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou nesta sexta em relatório uma estimativa de produção de 52,1 milhões de sacas neste ano no Brasil. O número representa uma queda de 4 milhões de sacas ante a safra anterior. O adido traz que as "floradas adequadas e condições climáticas favoráveis na maior parte das regiões produtoras provavelmente vão contribuir para boas produtividades", mesmo em ciclo de bienalidade negativa.

O clima nos últimos dias prejudicou a colheita da safra 2017/18 em áreas produtoras de café de Minas Gerais e São Paulo nos últimos dias e também a secagem dos grãos que estavam no terreiro de alguns produtores, o que coloca em xeque a qualidade da produção. As precipitações chegaram a registrar acumulados de quase 100 milímetros no fim de semana em algumas áreas.

A Safras & Mercado aponta que a colheita de café da safra 2017/18 do Brasil estava em 11% até dia 16 de maio. Levando em conta a estimativa de produção de 51,1 milhões de sacas de 60 kg da consultoria, é apontado que já foram colhidas 5,47 milhões de sacas. Segundo Barabach, as chuvas atrapalharam um pouco a colheita na semana.

» Café: Chuvas prejudicam colheita da safra 2017/18 em importantes áreas produtoras do Brasil e produtores temem pela qualidade

Informações reportadas pela agência de notícias Reuters nesta segunda dão conta que a indústria de café está atenta à oferta apertada do grão na Colômbia, o maior produtor mundial de arábica de alta qualidade, diante de uma greve no Porto de Buenaventura. As chuvas intensas já prejudicaram a colheita no país.

Mercado interno

Os negócios com café seguem isolados nas praças de comercialização do Brasil. Com o avanço do dólar nos últimos dias, os preços do grão subiram até 7% nas principais cooperativas do Brasil e estimularam algumas transações na semana passada, segundo analistas.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação na cidade de Varginha (MG) com saca cotada a R$ 510,00 e alta de 4,08%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com 480,00 a saca e queda de 2,04%. A maior oscilação no dia dentre as praças verificadas.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 e queda de 2,08%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

Na sexta-feira (19), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 457,95  e queda de 0,06%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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