Café: Em sessão volátil, cotações do arábica fecham em alta na Bolsa de Nova York nesta 2ª feira
Após fechar a semana anterior com perdas acumuladas de quase 7%, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Future US) fecharam a segunda-feira (14) em alta nos principais vencimentos. Em grande parte da sessão, o mercado registrou perdas, mas acabou registrando uma virada no final do dia.
O vencimento dezembro/16 fechou cotado a 161,80 cents/lb, com alta de 235 pontos, assim como março/17 que encerrou o dia a 165,45 cents/lb. O contrato maio/17 ficou em 167,85 pontos, após subir 245 pontos e julho/17 anotou 169,85 cents/lb.
Nos últimos dias, as bolsas internacionais têm operado com incertezas, após Donald Trump ganhar a eleição à presidência nos Estados Unidos. Com isso, mesmo diante das preocupações com o abastecimento no próximo ano, as cotações em Nova York vêm registrando quedas significativas, apesar da alta registrada no pregão de hoje.
O analista do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, explica que o mercado segue bastante volátil diante das preocupações com os EUA e atribui à alta de hoje a movimentos técnicos. Além disto, a rolagem dos contratos com vencimento dezembro para março também tem mexido com os preços.
O diretor de commodities do Banco Société Générale, Rodrigo Costa, explica em seu boletim semanal, que novas baixas poderiam ser registradas nesta semana, embora ainda houvesse um interesse por compras. “O fechamento na semana foi negativo para os preços apontando tecnicamente para mais quedas, embora deva haver um bom interesse de compra daqueles que conseguiram não se desesperar e correr para comprar futuros nos últimos dias”, aponta.
Diante das incertezas, analistas indicam que a tendência no longo prazo é de alta no mercado internacional, diante das preocupações com oferta de café no próximo ano, visto que países produtores têm enfrentado dificuldades climáticas e por a safra ser de baixa bienalidade. Em seu boletim diário, o vice-presidente da Price Futures Group e analista, Jack Scoville, explica que o cenário também é observado para o robusta. “Mais arábica está sendo mantido para consumo interno e agora é menos disponível para exportação, e esta tendência deverá continuar”, pondera.
Com as preocupações, operadores estão atentos ao desenvolvimento da safra no Brasil, principalmente em relação às informações climáticas. Dados da Climatempo apontam para ocorrência de chuvas volumosas, principalmente em São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, pelo menos até a próxima quinta-feira. No Paraná e Bahia, as condições climáticas são de tempo mais seco e temperaturas elevadas.
Já a moeda norte-americana, registrou mais um dia de valorizações diante do real. O dólar fechou com alta de 1,43% e cotado a R$ 3,4408 na venda. Com isso, acumula alta de 8,63% nos últimos quatro pregões, segundo aponta informações da agência de notícias Reuters.
Mercado interno
Com a forte alta do dólar, os preços no Brasil ganharam sustentação e quase não foram registradas quedas significativas no Brasil. Carvalhaes explica que com a alta de hoje também em Nova York, negócios foram registrados no final do dia, impulsionado pelo cenário positivo.
“O momento agora é de vender. As exportações devem continuar fortes nos próximos dois meses, com os armazéns cheios e preços favoráveis”, explica. Apesar disto, produtores estão segurando negócios, sabendo que a oferta no próximo ano é menor do que a demanda mundial.
Para o cereja descascado foram registradas altas de 1,13% em Guaxupé (MG) e referência a R$ 625,00 pela saca de 60 quilos. Por outro lado, em Poços de Caldas (MG) houve a redução de 0,63% nos preços, com saca sendo cotada a R$ 634,00.
No tipo 4/5, em Poços de Caldas (MG) a saca fechou em R$ 575,00, após subir 0,70%. Em Guaxupé (MG), os preços caíram 0,31% e a referência passou para R$ 650,00 pela saca de 60 quilos.
Já o tipo 6 duro subiu 1,69% em Franca (SP), com negócios a R$ 600,00 pela saca. Em Poços de Caldas (MG), a alta registrada foi de 1,81%, com cotação de R$ 562,00 pela saca.
Na sexta-feira (11), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 563,29 com alta de 0,12%.
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