Preço do café conilon está em alta, mas os armazéns estão vazios no ES
O preço do café conilon nunca esteve tão bom no Espírito Santo, mas a alta não é comemorada pela maioria dos agricultores, que não tem mais o produto para vender.
Nos últimos dois anos, a produção de café conilon no Espírito Santo, que é o principal produtor do país, teve uma queda de 4 milhões de sacas por causa da seca. Os estoques diminuíram muito. Um armazém, por exemplo, está com menos de 30% da capacidade.
A falta de café conilon no mercado também se reflete na indústria. Uma delas de torrefação usava 70% de café arábica e 30% de café conilon para fazer o blend, que é a mistura que a gente compra, mas por causa do preço, eles tiveram que mudar e o café conilon representa agora só 15% da mistura do pacote.
Pouco café no mercado fez o preço do conilon disparar. No último ano, o preço da saca subiu 46% e em outubro, pela primeira vez na história, ultrapassou o do café arábica, que tradicionalmente vale mais.
Mas são poucos os produtores que se beneficiaram desses preços. Carlos Alberto é um grande produtor. Em sua fazenda em Santa Teresa, Região Serrana do estado, a colheita deste ano ficou 20% abaixo da prevista por causa da seca. Mesmo assim, ele colheu 1,6 mil sacas de conilon.
Carlos Alberto sempre vende parte do café na safra e a outra parte na entressafra, mas desta vez, segurar o conilon valeu a pena. “Eu agreguei um valor por ter segurado a mercadoria”, diz.
Só que a grande maioria dos pequenos cafeicultores não teve a mesma sorte. Edson Butzlaff tem 10 mil pés de café em Colatina, no noroeste do estado. Este ano, por causa da seca, ele só colheu 21 sacas, pouco mais de 10% do esperado.
Leia a notícia na íntegra no site G1 - ES.
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