Café: Com petróleo e ajustes, Bolsa de Nova York fecha com perdas próximas de 150 pontos nesta 2ª feira

Publicado em 31/10/2016 16:45

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerrou o dia com perdas nesta segunda-feira (31). Em todo o pregão, os vencimentos mais próximos trabalharam no lado vermelho da tabela em um movimento de realização de lucros, após os ganhos de quase 1000 pontos na semana anterior.

Com isso, o contrato dezembro/16 perdeu 135 pontos na sessão de hoje e cotado a 165,15 cents/lb. O vencimento março/17 anotou baixas de 140 pontos e fechou negociado a 167,55 cents/lb. Já maio/17 encerrou o dia valendo 169,70 cents/lb, após a desvalorização de 135 pontos.

Segundo informações reportadas nesta manhã pelo analista da Maros Corretora, Marcus Magalhães, o dia deveria ser marcado por ajustes técnicos, após as fortes altas. “O momento é de ajustes e os próximos dias devem ser mais tranquilos”, explica.

Além disto, informações do mercado internacional apontam que as cotações também tiveram influência da forte queda registrada para o petróleo, assim como as demais commodities agrícolas. O movimento de desvalorização ocorreu após a informação de que países membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) se posicionaram contra o corte da produção para impulsionar os preços globais.

Apesar disto, o mercado continua atento às informações do desenvolvimento da safra 2017/2018, que deve ser de baixa bienalidade. Operadores estão cautelosos em relação ao abastecimento na próxima temporada. "A onda de compra, a maior em quatro meses, reflete parte das preocupações sobre a seca que afeta o florescimento da temporada no Brasil e a formação dos frutos para a colheita de 2017", informou ao site internacional Agrimoney.

O vice-presidente da Price Futures Group e analista Jack Scoville também aponta a preocupação em relação à safra, confirmando a cautela com o desabastecimento. “Mais arábica está sendo mantido para o consumo interno agora, com menos disponibilidade para exportação e esta tendência deverá continuar. Muitos esperam a diminuição do ritmo de exportação do Brasil no curto prazo”, explica Scoville.  

Com isso, as informações climáticas que afetam o desenvolvimento da safra devem con tinuar influenciando os preços no mercado internacional. Mapas meteorológicos apontam chuvas em algumas regiões do cinturão produtivo do Brasil, incluindo Espírito Santo, Zona da Mata de Minas e no Cerrado Mineiro. Também estão previstas algumas pancadas de chuvas para São Paulo e Paraná.

Ainda hoje a OIC (Organização Internacional de Café) divulgou dados de exportações globais de setembro, que registrou alta de 1,1% em relação ao mesmo período de 2015. Com isso, foram totalizadas 8,99 milhões de sacas de 60 kg. Em relação ao mês passado, houve uma redução de 0,7% nos embarques mundiais, quando atingiu os 111,83 milhões de sacas.  

Já a moeda norte-americana, que influencia diretamente nas exportações da commodity, encerrou o dia com perdas de 0,20% ante o real. Com isso, a cotação fechou em 3,1900 reais na venda. Segundo informações da agência de notícias Reuters, o pregão registrava influencia da formação do dólar Ptax do mês.

Mercado interno

Os negócios nas principais praças de comercialização estiveram lentos, com produtores aguardando melhor oportunidades de negociação. "Os produtores mostram-se desorientados com o comportamento dos preços. Vendem na medida de suas necessidades de 'caixa' para fazerem frente aos compromissos mais próximos e não conseguem entender como os preços do conilon e do arábica estão no mesmo patamar", afirmou o Escritório Carvalhaes em seu último informativo.

O tipo cereja descascado encerrou o dia com a maior desvalorização em Poços de Caldas (MG), com baixa de 3,07% e cotação a R$ 569,00 a saca de 60 quilos. Em Varginha (MG), a referência registrou queda de 0,87%, com negociação de R$ 570,00 por saca.

O tipo 4/5 registrou quedas de 2,14% em Varginha (MG), fechando o dia a R$ 550,00 pela saca de 60 quilos. Em Poços de Caldas (MG), o cenário foi de leves ganhos, com alta de 0,56% e cotação a R$ 535,00 por saca.

Já o tipo 6 duro houve queda de 6,90% em Araguari (MG), em que a saca de 60 quilos passa a valer R$ 540,00. Em Franca (SP) foram registrados ganhos de 1,85%, com a saca cotada a R$ 550,00.

Na sexta-feira (28), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 540,40 com valorização de 0,96%.

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Tags:
Por:
Sandy Quintans
Fonte:
Notícias Agrícolas

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